Robôs poderão cuidar de idosos em breve
O Instituto de Pesquisa da Toyota anunciou na semana passada que está desenvolvendo um robô doméstico que tem a capacidade de aprender continuamente como executar novas tarefas em todos os tipos de casas. O alvo são os idosos, cada vez em maior número, no mundo todo.
A tecnologia aplicada é a mesma que permite aos carros autônomos da Tesla melhorarem continuamente sua condução, sem intervenção humana. Os novos robôs da Toyota usam robótica em nuvem e aprendizado profundo para compartilhar o conhecimento entre as máquinas.
Operar e navegar em ambientes domésticos é um grande desafio para os robôs, pois cada casa é única, com uma combinação diferente de objetos em configurações distintas que mudam com o tempo. A Toyota ensina seus robôs a executar tarefas arbitrárias com uma variedade de objetos, em vez de programá-los para executar tarefas predefinidas específicas com objetos específicos. Quando o robô vê um objeto ou cenário específico novamente, mesmo que a cena tenha mudado um pouco, ele sabe quais ações podem ser tomadas com relação ao que vê.
Para isso, os cientistas usam um sistema de telepresença imersivo, no qual existe um modelo do robô, espelhando o que o robô está fazendo na vida real. O instrutor vê o que o robô está vendo ao vivo, em 3D, a partir dos sensores do robô. O professor pode selecionar comportamentos diferentes para instruir e depois anotar a cena 3D, como associar partes da cena a um comportamento, especificar como segurar uma alça ou desenhar a linha que define o eixo de rotação de uma porta do gabinete.
Como uma pessoa, o robô tem graus redundantes de liberdade. Pode, por exemplo, mover as mãos da maneira que quiser, sempre que quiser, ajustando a postura do corpo inteiro para acomodar os movimentos. Possui ainda um conjunto de câmeras visuais e de profundidade com um amplo campo de visão. Isso fornece uma quantidade significativa de contexto para a pessoa que ensina o robô e o próprio robô.
Os testes acontecem em casas reais. No momento, o sistema pode executar com êxito uma tarefa de nível humano relativamente complexa em cerca de 85% das vezes. Isso inclui permitir que o robô tente automaticamente novamente, quando percebe que falhou num comportamento específico. Cada tarefa é composta por cerca de 45 comportamentos independentes, o que significa que todo comportamento individual resulta em sucesso ou falha recuperável em 99,6% das vezes.
Os avanços acontecem em vários países. Na China, Chen Xiaoping, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia (USTC), desenvolve robôs de serviço que podem fornecer serviços, como lembretes de medicamentos, há mais de 10 anos.
No Japão, a principal aposta da indústria, apoiada pelo governo, é a solução humanóide chamada Carebots, projetada especificamente para atendimento a idosos. O governo japonês está fazendo sua parte subsidiando uma grande parte dessa pesquisa.
Nos EUA, a National Science Foundation investe no desenvolvimento de robôs de serviço e o Instituto Nacional de Saúde financia iniciativas robóticas para melhorar a saúde e a qualidade de vida de pacientes idosos.
Mas o caminho para esse futuro tem seus perçalcos: a Jibo, que arrecadou US$ 3 milhões por meio do site Indiegogo e conseguiu mais US$ 70 milhões de venture capital, vendeu mais de seis mil unidades desse assistente pessoal que parece o Wall-E do desenho da Pixar só na pré-venda.
Demorou quatro anos para colocar o produto no mercado, mas quando chegou às prateleiras e depósitos, em setembro de 2017, já tinha rivais poderosos em campo – o Siri da Apple, o Google Assistant e o Bixby da Samsung, entre outros.
Jibo virou capa da Time, como uma das 25 melhores invenções do ano, até que em novembro de 2018, quando a SQN Venture Partners, uma empresa especializada em “formas alternativas de financiamento” para ajudar as empresas a crescer, comprou a IP da Jibo. O passo seguinte foi o anúncio de que os servidores serão desligados. .