Velhos de hoje são mais narcisistas que as novas gerações
Mais um mito que as pesquisa sacodem: os jovens de hoje são mais narcisistas que os baby boomers, agora virando velhos? William Chopik, professor associado da Michigan State University, analisou quase 750 pessoas com idades entre 13 e 70 anos antes de concluir que não – são os velhinhos de hoje. O artigo que resume a pesquisa, publicado na revista Psychology and Aging repercutiu na mídia no finalzinho do ano passado.
Para ser preciso, o estudo analisou as respostas de 747 participantes (72,3% do sexo feminino) entre os 13 e os 77 anos de idade, em 6 amostras de participantes nascidas entre 1923 e 1969.
“Uma das descobertas mais surpreendentes”, afirmou Chopik, “foi que -também ao contrário do que muitas pessoas pensam -os indivíduos que nasceram no início do século começaram com níveis mais altos de hipersensibilidade, ou o tipo de narcisismo em que as pessoas também estão cheias de si mesmas. como vontade, que é a tendência de impor opiniões a outros.”
“À medida que você envelhece, cria novos relacionamentos, tem novas experiências, inicia uma família e assim por diante. Todos esses fatores fazem alguém perceber que não é ‘tudo sobre eles'”, declarou Chopik, na ocasião.
Uma das dificuldades de entender a questão era a falta de informações básicas sobre como o narcisismo muda ao longo da vida adulta. As pesquisas anteriores baseavam-se em amostras transversais, ou investigavam apenas grupos, como os universitários. Chopik cruzou dados de uma amostra mais ampla e chegou a resultados bem diferentes.
Ainda que vá se dando uma redução gradativaAo longo da vida, o grau de narcisismo é relativamente estável. De um modo geral, as características associadas ao narcisismo, como a empáfia, a sensibilidade às críticas e a mania de impor sua opinião aos outros, diminuem com o tempo e com a idade.
Chopik arrisca um palpite sobre a razão para esse surto narcísico entre os baby boomers -e que nada tem a ver com a história de Dorian Gray: o fato de terem crescido em uma época em que o governo concedia “privilégios” como a previdência social. O estudo pretende distinguir o narcisismo como um defeito neurológico e o narcisismo como uma falha de desenvolvimento ainda a ser atendida.