Universidades e arquitetos australianos desenvolvem projeto que une escolas e casas de repouso
Três universidades e um escritório de arquitetura da Austrália trabalham há cinco anos, na tentativa de juntar escolas primárias e secundárias e moradias de coletivas de idosos. O projeto tem o apoio do Conselho Nacional de Pesquisas Médicas e de Saúde e um orçamento de US$ 1,1 milhão. O escritório, Fulton Trotter Architects, coleciona prêmios em mais de 70 anos de existência e tem larga experiência no campo da arquitetura escolar e de residências de idosos.
Mark Trotter, diretor da empresa, aposta que a junção entre escola e instituição de longa permanência vai reduzir a solidão entre os idosos que moram nessas casas de repouso e fortalecer as conexões entre as gerações: “Espero conseguir um modelo de educação e um modelo de atendimento aos idosos que integre e enriqueça a vida dos australianos em termos de saúde e educação em todas as frentes”.
Além de compartilhar as instalações, o projeto poderá garantir oportunidades de carreiras para os jovens. “Temos escolas que tem muito espaço e uma comunidade de idosos, que tem pouco espaço, mas muitos ativos.”
Trotter destaca que as escolas têm várias instalações não utilizadas fora do horário escolar e que muitas pessoas mais velhas poderiam aproveitar “Uma escola é rica em salas de música, salas de tecnologia, bibliotecas e piscinas. Ambientes incríveis que fecham entre as três e as cindo da tarde e só reabrem às nove da manhã, quando os alunos chegam novamente”.
O projeto também aposta na educação para aposentados e idosos. “Uma das grandes maneiras de envolver os idosos e reduzir a solidão e a sensação de isolamento é através da continuação da aprendizagem ao longo da vida”, disse Trotter.
A primeira etapa do projeto, que tem a participação de três universidades – Queensland University of Technology, Australian Catholic University e a Deakin University – é selecionar pesquisadores qualificados na área de economia, design, medicina e psicologia para participar do projeto.
Como a maioria dos países desenvolvidos, a população da Austrália está envelhecendo rapidamente. Entre 1996 e 2016, a proporção da população com 65 anos ou mais aumentou de 12,0% para 15,3%. No mesmo período, a proporção de crianças (de 0 a 14 anos) diminuiu de 21,4% para 18,8% da população total.