Em três anos, consumo de maconha entre idosos dos EUA aumentou 75%
O uso de maconha entre os idosos aumentou 75% entre 2015 e 2018 nos Estados Unidos, aponta um estudo que acaba de ser publicada pela revista Jama Internal Medicine. Benjamin H. Han, da Divisão de Medicina Geriátrica e Cuidados Paliativos da Escola de Medicina da New York University, e por Joseph J. Palamar, professor associado do Departamento de Saúde Populacional da New York Langone Healt analisaram os dados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Uso de Drogas, envolvendo 15 mil pessoas representativas de toda a população do país e calcularam a prevalência do uso de cannabis por sexo, raça, escolaridade, renda familiar, estado civil, doença crônica, etc. O consumo de maconha maconha e haxixe foi de 2,4% em 2015 para 4,2% em 2018. Em 2006, apenas 0,4% dos idosos tinham relatado usar maconha no ano anterior. O estudo também constatou que o consumo da droga foi maior entre mulheres, pessoas com ensino superior e com renda mais alta. Houve incremento em todas as etnias, embora 77% dos entrevistados fossem brancos.
Os dois pesquisadores descobriram que não é só a legalização do consumo adotada em muitos estados americanos que tem amplificado seu consumo, mas também as discussões sobre os possíveis benefícios à saúde. Entre os idosos com diabetes, o aumento foi de 180% e entre os portadores de outras doenças crônicas, de quase 96%. As pessoas que recebem tratamentos de saúde mental tiveram um incremento de 150% no consumo.
“O uso de maconha entre os idosos não está subindo e descendo como com outras drogas”, disse Joseph Palamar. “É uma linha reta.” “Fiquei curioso para ver se eram as pessoas que estão mais doentes, digamos, com várias condições crônicas, tentando maconha, ou são as pessoas mais saudáveis, talvez com apenas uma condição de saúde”, disse Benjamin Han. “E parece que as pessoas mais velhas e saudáveis estão tentando mais maconha”.
A dupla também detectou um aumento no uso de maconha entre adultos mais velhos que usam álcool. Os pesquisadores alertam para o fato de que o risco associado ao co-uso é maior do que o risco de uso sozinho, e mencionam um estudo de 2019 sobre as tendências no uso de álcool e maconha após a legalização no estado de Washington, sugerindo que será preciso outras pesquisas para monitorar e educar os pacientes mais velhos em relação a esse uso combinado, para minimizar possíveis danos.
Tudo isso fez a dupla alertar sobre possíveis efeitos adversos que poderão surgir do consumo de maconha entre os baby boomers, entrando a galope na velhice. Os idosos são mais vulneráveis aos efeitos negativos dos medicamentos do que outros grupos etários. Como a droga disponível hoje é muito mais potente que os baseadinhos consumidos pela moçada nos anos 60 e 70, muitos idosos que experimentaram maconha naquela época podem exagerar na dose quando se trata de comestíveis e óleos.