Aumentam contaminação e mortes por coronavírus em lares de idosos
Nos últimos dias, foram registradas mortes por coronavírus em lares de idosos de vários países europeus: 17 mortos numa instituição em Madri, outros 20 em Vosges, na França, mais 15 em Gandino, perto de Bergamo, na Itália.
Em Portugal, foram registradas duas mortes num lar situado em Cumieira, freguesia do distrito de Vila Real, a 300 quilômetros de Lisboa, que abriga 26 idosos. Outras duas mortes aconteceram num lar na Maia, na área metropolitana do Porto. Os 12 idosos com sintomas da doença e os oito funcionários infectados foram transferidos para um hospital do Porto. Foram confirmados casos de infecção pessoas internadas em mais quatro lares residenciais – em Famalicão, Braga, Santarém e Sintra.
As autoridades portuguesas estão preocupadas com o risco de multiplicação de contaminados pelo coronavírus nos lares de idosos. No quinto país mais envelhecido do mundo, há 2500 desses lares (que no Brasil são chamados de instituições de longa permanência) oficialmente registrados e estima-se outro tanto de lares sem registro legal. Mas até o momento, não foi adotada uma providência geral para enfrentar a ameaça.
Parte dos lares é vinculada à Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade Social (CNIS), cujo presidente, padre Lino Maia, pediu ao governo que forneça equipamentos de proteção individual e testes para todos os moradores desses lares. Isso vai acontecer ao menos na cidade do Porto, por iniciativa da Câmara Municipal (o equivalente local da Prefeitura) que anunciou a realização de mais de 1.500 testes entre os idosos institucionalizados.
A pandemia também reduz a presença de funcionários e de voluntários e em alguns lares, a situação é crítica. Em 2019, o Instituto de Segurança Social mandou fechar 109 lares. Em 2018, foram cerca de 90 lares, dos quais 11 em caráter de urgência, por haver perigo iminente para a saúde e integridade dos internos.
A Direção-Geral de Saúde divulgou uma série de recomendações destinadas a essas instituições. Entre outras coisas, propõe que a admissão de novos residentes seja precedida de testes laboratoriais e que independente do resultado, os recém-chegados cumpram quarentena de pelo menos 14 dias.