Em Tempo https://emtempo.blogfolha.uol.com.br Velhices, longevidade, superação Wed, 26 Aug 2020 17:32:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Otimismo do parceiro pode reduzir risco de doenças na velhice, segundo estudo https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/13/otimismo-do-parceiro-pode-reduzir-risco-de-doencas-na-velhice-segundo-estudo/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/13/otimismo-do-parceiro-pode-reduzir-risco-de-doencas-na-velhice-segundo-estudo/#respond Thu, 13 Feb 2020 15:46:12 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/19328077584_002ed74ae7_c-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=400 Pesquisadores da Universidade de Michigan confirmaram o que o bom senso já indicava: nos casamentos, o otimismo do parceiro faz bem à saúde. À medida em que envelhecem juntos, os casais podem evitar os fatores de risco que levam à doença de Alzheimer, demência ou declínio cognitivo se mantiverem o bom humor.

“Passamos muito tempo com nossos parceiros”, disse William Chopik, professor assistente de psicologia e um dos autores do estudo. “Eles podem nos encorajar a fazer exercícios, comer de forma mais saudável ou nos lembrar de tomar nosso remédio. Quando seu parceiro é otimista e saudável, isso pode se traduzir em resultados semelhantes em sua própria vida. Você realmente experimenta um futuro melhor vivendo mais e evitando doenças cognitivas “.

Publicado no Journal of Personality, o estudo apresenta os resultados obtidos junto a 4.500 casais heterossexuais acompanhados por até oito anos pelo Health and Retirement Study (Estudo de Saúde e Aposentadoria em tradução livre). Os pesquisadores descobriram uma ligação potencial entre o casamento com uma pessoa otimista e a prevenção do início do declínio cognitivo, graças a um ambiente mais saudável em casa.

“Descobrimos que, quando você analisa os fatores de risco de doenças como o Alzheimer ou a demência, um estilo de vida saudável conta muito”, disse Chopik. “Manter um peso saudável e atividade física colabora. Existem alguns marcadores fisiológicos também. Parece que as pessoas que são casadas com otimistas tendem a pontuar melhor em todas essas métricas. Há uma sensação de que os otimistas lideram pelo exemplo e seus parceiros seguem a liderança”, disse Chopik.

O pesquisador lembra que existem estudos sobre a reação dos parceiros a tentativas de controle ou sobre a inveja em relação à situação do outro, mas acredita que essas condições são compensadas pelo otimismo do marido ou da mulher.

A pesquisa também indicou que casais que relembram experiências compartilhadas, conseguem obter detalhes mais ricos de suas memórias. O declínio cognitivo é observado em casais otimistas e pessimistas – na verdade, é uma consequência do envelhecimento – mas o estudo mostrou que entre aqueles que tinham parceiros com “baixo otimismo” esse declínio foi muito maior.

O Dr. Chopik acredita que o otimismo é uma qualidade treinável e que todos se beneficiam de uma dose saudável de otimismo por parte dos parceiros: “Você realmente experimenta um futuro melhor vivendo mais e evitando doenças cognitivas. Existem estudos que mostram que as pessoas têm o poder de mudar suas personalidades, desde que se envolvam em coisas que as fazem mudar”, disse Chopik. “Parte disso está querendo mudar. Também existem programas de intervenção que sugerem que você pode aumentar o otimismo. Eles podem nos encorajar a fazer exercícios, comer de forma mais saudável ou nos lembrar de tomar nosso remédio. Quando seu parceiro é otimista e saudável, isso pode se traduzir em resultados semelhantes em sua própria vida. Você realmente experimenta um futuro melhor vivendo mais e evitando doenças cognitivas “.

O declínio cognitivo é observado em casais otimistas e pessimistas – na verdade, é uma consequência do envelhecimento – mas o estudo mostrou que entre aqueles que tinham parceiros com “baixo otimismo” esse declínio foi muito maior.

O Dr. Chopik acredita que o otimismo é uma qualidade treinável e que todos se beneficiam de uma dose saudável de otimismo por parte dos parceiros: “Você realmente experimenta um futuro melhor vivendo mais e evitando doenças cognitivas. Existem estudos que mostram que as pessoas têm o poder de mudar suas personalidades, desde que se envolvam em coisas que as fazem mudar”, disse Chopik.”Parte disso está querendo mudar. Também existem programas de intervenção que sugerem que você pode aumentar o otimismo”.

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Medicamentos contra Alzheimer podem retardar envelhecimento https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2019/12/20/medicamentos-contra-alzheimer-podem-retardar-envelhecimento/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2019/12/20/medicamentos-contra-alzheimer-podem-retardar-envelhecimento/#respond Fri, 20 Dec 2019 11:27:54 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/Salk_Institute2-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=348 Dois medicamentos que vem sendo estudados para combater a doença de Alzheimer, que ainda nem tem nome – são conhecidos como CMS121 e J147 – foram testados em camundongos mais velhos e bloquearam os danos às células cerebrais que ocorrem normalmente durante o envelhecimento. Os medicamentos já tinham demonstrado capacidade de melhorar a memória e retardar a degeneração das células cerebrais em testes com os mesmos animais.

A pesquisa, realizada pela equipe do Salk Institute for Biological Studies, uma organização independente sem fins lucrativos sediada em La Jolla, na Califórnia e que reune seis prêmios Nobel, foi publicada no mês passado na revista eLife e indica que esses protótipos poderão ser usados no tratamento de outras condições. Antonio Currais, da equipe da Salk e autor principal do artigo reconheceu que tem sido neglicenciada a eficácia dos medicamentos anti-Alzheimer em relação ao combate ao envelhecimento.

Embora a velhice seja o maior fator de risco para a doença de Alzheimer – acima dos 65 anos, o risco de uma pessoa desenvolver a doença dobra a cada cinco anos, os pesquisadores ainda não sabem o que acontece no cérebro, exatamente, em nível molecular, para a doença de Alzheimer se instale.

O Salk Institute atua hoje em 54 países, tem 580 patentes e reúne seis prêmios Nobel. Começou a surgir em 1957, quando Jonas Salk, que já desenvolvera a primeira vacina segura e eficaz contra a poliomielite, decidiu criar um ambiente colaborativo onde os pesquisadores pudessem explorar os princípios básicos da vida e estudar as consequências de suas descobertas para o futuro da humanidade.

Ao lado da cidade de San Diego, num terreno de quatro hectares, o arquiteto Louis Kahn projetou um centro de pesquisa moderno e belo, nas palavras dele, ï uma instalação digna de uma visita de Picasso.” Com o apoio financeiro da Fundação Nacional / March of Dimes, o Instituto Salk de Estudos Biológicos abriu suas portas em 1963.
As principais áreas de estudo são envelhecimento e medicina regenerativa, biologia do câncer, biologia do sistema imunológico, metabolismo e diabetes, distúrbios neuro-científicos e neurológicos e biologia vegetal.

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Ciência começa a cercar doença de Alzheimer https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2019/06/02/ciencia-comeca-a-cercar-doenca-de-alzheimer/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2019/06/02/ciencia-comeca-a-cercar-doenca-de-alzheimer/#respond Sun, 02 Jun 2019 22:53:30 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/461627701_35e096e951_z-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=147 A ciência está cercando a doença de Alzheimer, embora o diagnóstico ainda seja difícil, a prevenção, impossível e a cura, um sonho distante. Novas pesquisas apontam para fatores de risco e simplificam o diagnóstico, ao mesmo tempo em que medicamentos empregados contra outros problemas parecem ter boas possibilidades de ajudar no tratamento, hoje restritos a melhorar a qualidade de vida e ampliar a sobrevida.
O diagnóstico definitivo requer detecção post mortem, mas um diagnóstico provável pode ser estabelecido com 95% de confiança baseado em critérios clínicos, que incluem histórico médico, testes laboratoriais e de imagem e avaliação neuropsicológica. Antecipar a identificação da doença não é simples, pois os sintomas iniciais são compartilhados por uma série de desordens, incluindo formas mistas de demência e depressão.
Em Melbourne, Austrália, o professor Peter van Wijngaarden, do Centro de Pesquisa de Olhos da Austrália (CERA) recebeu uma doação de 600 mil dólares de um grupo de filantropos americanos – Bill Gates da Microsoft e os investidores Jeff e Mackenzie Bezos entre eles – que permitirá ampliar os testes de um método que utiliza tecnologia empregada nos satélites da Nasa para procurar proteínas anormais no fundo do olho de pacientes suspeitos de serem portadores da doença, mesmo que não apresentem sinais de perda de memória. O financiamento vem de um novo programa de pesquisa chamado Diagnostics Accelerator, que busca atender à necessidade urgente de testes de diagnóstico e biomarcadores rápidos, acessíveis e fáceis de usar para a doença de Alzheimer e demências relacionadas.
Depois de analisar 300 propostas, os consultores científicos do grupo selecionaram quatro projetos para receber 3,5 milhões de dólares. Além do teste de olho, que leva menos de um segundo e utiliza diferentes cores de luz, há ainda o trabalho da Amoneta Diagnostics, um teste de diagnóstico rápido e não invasivo para prever o comprometimento cognitivo leve (MCI) e a doença de Alzheimer precoce; os estudos do suiço Kaj Blennow, da Universidade de Gotemburgo, que está desenvolvendo o primeiro teste de sangue ultra-sensível para a proteína tau, que tem relação com a doença e pesquisa de Tom MacGillivray, da Universidade de Edimburgo na Escócia, que usa uma nova combinação de biomarcadores de retina que capturam a neurodegeneração e a disfunção dos vasos sanguíneos frequentemente encontrada na doença de Alzheimer com análises avançadas de imagens.
Mas há outros avanços, ainda que indiretos. Em Chicago, pesquisadores do Centro Rush, dedicado à investigação da doença, estudaram 935 idosos durante seis anos. Os participantes começaram por preencher um questionário que testava sua percepção de fraudes, a partir de cinco perguntas destinadas a medir sua abertura a vendas e investimentos arriscados. Durante seis anos, foram submetidos a testes neuropsicológicos para verificar a presença da doença ou comprometimentos cognitivos leves. Os 264 participantes que morreram ao longo do estudo foram submetidos a autópsias cerebrais, que permitiu estabelecer uma correlação entre mau desempenho nos testes e no questionário com a sinais associados ao Alzheimer. O estudo publicado na revista Annals of Internal Medicine ressalta, contudo, que as descobertas não são robustas o suficiente para sugerir que ser enganado significa que uma pessoa desenvolverá a doença de Alzheimer.
Em Atlanta, Georgia, nos Estados Unidos, especialistas da Emory University e do Atlanta Veterans Affairs Medical Center da vizinha Decatur, identificaram uma conexão entre o colesterol LDL (o assim chamado mau colesterol) e início da doença. Mas a pesquisa não é conclusiva, ainda.
No Reino Unido, um dos pólos mais desenvolvidos de pesquisa sobre Alzheimer, mais de dez mil pessoas participam de estudos como voluntários. Ali, os pesquisadores descobriram que os tratamentos para artrite podem ser reaproveitados no enfrentamento da demência. O próximo estágio dessa pesquisa coordenada pela doutora Bernardette McGuiness será entender melhor o potencial dos medicamentos anti-inflamatórios no tratamento de pessoas com demência. Por outro lado, os cientistas ingleses recomendaram que os clínicos gerais evitem prescrever alguns medicamentos anticolinérgicos (drogas que atuam no sistema parassimpático) para pessoas mais velhas. Outro caminho é a disseminação de testes e joguinhos em smartphones que ajudam os pesquisadores a entender o funcionamento do cérebro.
Em resumo, o ataque científico a esse que parece ser o maior fantasma a rondar o envelhecimento tem sido multilateral e massivo. Mas a fortaleza da doença identificada pela primeira vez numa mulher pelo psiquiatra alemã Alois Alzheimer em 1901, parece resistir a todos os esforços. Até agora.

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Fui abastecer, achei que era Alzheimer https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2019/02/21/fui-abastecer-achei-que-era-alzheimer/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2019/02/21/fui-abastecer-achei-que-era-alzheimer/#respond Thu, 21 Feb 2019 23:20:53 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/Alois_Alzheimer_003-300x215.jpg http://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=45 Aconteceu nas últimas férias de verão, aqui em Portugal. Netas, filho e nora para a praia, não cabiam num carro e alugamos dois. No volante de um deles, vi que era preciso abastecer – o outro tinha combustível suficiente. Como qualquer consumidor na Europa, liguei a bomba, coloquei a mangueira no bocal do tanque e fiz o serviço que no Brasil, cabe aos frentistas. Tanque cheio, conta paga, arranquei. Menos de um quilômetro depois, pimba! Pane no motor. Foi quando me dei conta da besteira: enchera o tanque do carro a gasolina com gasóleo, ou diesel para nós. As duas bombas ficam lado a lado e na correria e excitação, misturei as bolas.
Liguei para a locadora e informei o ocorrido. Disseram que iam mandar um reboque e um táxi. As “meninas” seguiram para a praia num carro, enquanto eu e meu filho acompanhamos o outro até o páteo de recolha dos carros avariados, de onde o táxi nos levou até a locadora. Ali, para nosso desencanto e desespero, ficamos sabendo que o seguro não cobria meu erro, classificado de “negligência”. Teria de alugar outro carro e pagar o prejuízo – uma nota. Tentei a saída brasileira – o jeitinho. E se eu consertasse o carro? O atendente disse que ninguém havia tentado antes e que nesse caso, o problema seria nosso.
Voltamos ao pátio, conseguimos uma empresa especializada em trocar combustível ( a negligência é frequente, pelo visto) e horas e algumas centenas de euros mais tarde, chegamos à casa alugada.
Na volta, o carro que nos levara até lá sem problemas deu pane e foi rebocado até a locadora. Parece que a troca de combustível não resolveu tudo e ao abastecer novamente, agora com gasolina, o motor deu problema. No dia seguinte, fui devolver o outro carro. Tanque vazio, parei no posto, olhei duas vezes para as bombas, antes de abastecer. Alguns metros adiante, outra pane no motor. Estava tão certo de ter colocado gasolina que caminhei pela margem da autopista, arriscando a vida, até alcançar o posto e me dar conta de que enchera com gasóleo, mais uma vez. Moral da história – um prejuízo enorme, que destruiu o planejamento financeiro das férias e dos meses seguintes.
Pior foi a conclusão a que cheguei: só podia ser Alzheimer. Já havia começado as pesquisas para os documentários sobre envelhecimento, que levaram a este blog, mas ainda não entrevistara nenhum especialista. Esperei ansioso pela consulta com minha médica de família, aqui em Lisboa. A jovem doutora ouviu minha história e depois de conter o sorriso, fez várias perguntas:
– Sabe o nome dos seus filhos? Sabe onde mora? Lembra o nome de objetos de uso comum?
Diante das respostas afirmativas, dispensou qualquer exame mais complicado e receitou um remedinho para a memória. De volta ao Brasil, a jornalista Claudia Erthal, que divide comigo a direção da série Envelhecer, ainda em produção, foi conversar com a médica Claudia Suetomo. Professora doutora da Disciplina de Geriatria da FMUSP, ela é pesquisadora do Biobanco para Estudos em Envelhecimento da FMUSP e do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Em seu doutorado, pesquisou a associação entre fatores de risco cardiovascular e demência.
Claudia explicou que por volta dos 30 anos, todos começamos a perder neurônios, sem reposição. Diminui também a complexidade das comunicações entre os neurônios que se assemelham a árvores que vão perdendo os galhos – a rede dendrítica, na terminologia científica.
Assim, ao envelhecermos, vamos ficando mais lentos, temos mais dificuldade de aprender. É por isso que nossos netos (ou filhos) são capazes de descobrir como funcionam as novas bugigangas eletrônicas que nos tiram a paciência.
“Eu até brinco com os alunos aqui, eles conseguem fazer quatro coisas ao mesmo tempo. Eles conseguem prestar atenção na aula, responder um e-mail, depois ver um twitter e ainda falar com o cara do lado e tá tudo bem. Quando a gente fica mais velho, não fica tão rápido pra fazer quatro, cinco coisas ao mesmo tempo. Temos de ter o discernimento de fazer uma coisa de cada vez pra fazer bem feito.”
Alzheimer é uma grande ameaça. É um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras). Nas fases iniciais, manifesta-se muitas vezes por lapsos de memória e dificuldade de encontrar as palavras certas para objetos do cotidiano. Seu diagnóstico é complexo e só se torna efetivo com a autópsia do portador. Quem resolve colocar as bombas de gasolina e gasóleo lado a lado e empoderar os consumidores, eliminando os frentistas, talvez não saiba disso.

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