Em Tempo https://emtempo.blogfolha.uol.com.br Velhices, longevidade, superação Wed, 26 Aug 2020 17:32:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em vários países, autoridades e instituições querem que idosos se mexam, mas em casa https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/07/em-varios-paises-autoridades-e-instituicoes-querem-que-idosos-se-mexam-mas-em-casa/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/07/em-varios-paises-autoridades-e-instituicoes-querem-que-idosos-se-mexam-mas-em-casa/#respond Thu, 07 May 2020 18:57:26 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/museveni-.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=522 Especialistas e autoridades sanitárias de diversos países procuram fórmulas capazes de induzir os idosos, obrigados a uma quarentena cujo fim não está no horizonte, a praticar exercícios, mesmo sem sair de casa. No Japão, voltou à moda a Rádio Taiso, transmissões radiofônicas musicais destinadas a sustentar programas de exercícios, que existem desde 1928, quando fizeram parte da comemoração da coroação do imperador Hiroito. O diretor da Associação Médica de Tóquio, Harou Ozabi, foi enfático: “As pessoas idosas precisam ser ativas mesmo quando ficam em casa, e há várias maneiras de fazer atividade física. Quando estão confinados em casa, correm o risco de perder força física e se tornar frágil”.

Em vários municípios japoneses a Rádio Taiso ganhou audiência nos últimos tempos. Ao som de um piano, os locutores incentivam os ouvintes a prática de exercícios, num modelo quase centenário.

Há poucos dias, o primeiro-ministro Shinzo Abe estendeu o estado de emergência nacional até o final de maio, na tentativa de conter novos casos de coronavírus e reduzir a tensão nos hospitais. Numa sociedade onde 28% dos habitantes tem 65 anos ou mais, é preciso fazer um esforço para que os idosos pratiquem exercícios físicos.

Os especialistas médicos estão aconselhando os idosos a fazer algum exercício, comer bem e manter-se conectado com outras pessoas, não necessariamente frente a frente, mas por telefone, correio ou através da mídia social, a fim de permanecer saudável.

Sem um fim imediato à vista da quarentena para os velhos, um painel de especialistas médicos recomendou que o governo tome medidas para ajudar as pessoas idosas, especialmente as que vivem sozinhas, a manter sua saúde sem sair de casa. A taxa de mortalidade na faixa dos 30, 40 e 50 anos é inferior a 1%. Sobe para 2,1% nos 60, 6% nos 70 e 12,9% na faixa dos 80, segundo dados do Ministério da Saúde do Japão.

Na Austrália, médicos e pesquisadores de fisioterapia de dez universidades, institutos e serviços de saúde, lançaram o site Safe Exercise at Home que compartilha exercícios funcionais simples e apresenta maneiras seguras de aumentar o nível de atividade dos idosos em casa. Michele Calysaya, pesquisadora sênior do Instituto Menzies de Pesquisa Médica da Universidade da Tasmânia, lembra que a atividade física é menor na quarentena e isso é um problema para os mais velhos.

O Village Yeronga, uma casa de repouso em Brisbane está promovendo aulas de ginástica “verticais”, em que os idosos podem participar de suas varandas, depois que as instalações foram bloqueadas devido à pandemia de coronavírus.
Um instrutor de fitness fica no parque com um megafone, no centro dos prédios da vila, demonstrando e assim comanda os exercícios que os residentes fazem em suas varandas.

Em Uganda, o próprio presidente da República resolveu dar o exemplo. Yoweri Museveni, de 75 anos, postou um vídeo de dois minutos e 25 segundos em que aparece de agasalho de ginástica e descalço num escritório espaçoso com um tapete vermelho, se exercitando. Museveni explicou que desencoraja expressamente que as pessoas se exercitem ou corram em grupo. Uganda tem 100 casos confirmados do novo coronavírus e nenhuma morte (dados de 7 de maio).

A Organização Mundial de Saúde tem recomendações muito simples para quem pretende manter a forma, sem comprometer a saúde dos outros. Evidentemente, não recomenda idas à padaria, participação em manifestações ou tossir em público. As sugestões são estas:

Não se exercite se tiver febre, tosse e dificuldade em respirar. É melhor ficar em casa e descansar.
Se puder andar um pouco ou andar de bicicleta, mantenha o distanciamento físico e lave as mãos.

Se for a um parque ou espaço público aberto para caminhar, correr ou se exercitar, também pratique o distanciamento físico e lave as mãos.

Quem não é regularmente ativo, deve começar devagar e com atividades de baixa intensidade, como caminhadas e exercícios de baixo impacto. .

Escolha a atividade certa para reduzir o risco de lesões e aproveitar o que está fazendo. Escolha a intensidade certa de acordo com seu estado de saúde e nível de condicionamento físico.

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Universidades e arquitetos australianos desenvolvem projeto que une escolas e casas de repouso https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/22/universidades-e-arquitetos-australianos-desenvolvem-projeto-que-une-escolas-e-casas-de-repouso/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/22/universidades-e-arquitetos-australianos-desenvolvem-projeto-que-une-escolas-e-casas-de-repouso/#respond Wed, 22 Jan 2020 21:40:05 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/arquitetos-australianos--320x215.jpeg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=377 Três universidades e um escritório de arquitetura da Austrália trabalham há cinco anos, na tentativa de juntar escolas primárias e secundárias e moradias de coletivas de idosos. O projeto tem o apoio do Conselho Nacional de Pesquisas Médicas e de Saúde e um orçamento de US$ 1,1 milhão. O escritório, Fulton Trotter Architects, coleciona prêmios em mais de 70 anos de existência e tem larga experiência no campo da arquitetura escolar e de residências de idosos.

Mark Trotter, diretor da empresa, aposta que a junção entre escola e instituição de longa permanência vai reduzir a solidão entre os idosos que moram nessas casas de repouso e fortalecer as conexões entre as gerações: “Espero conseguir um modelo de educação e um modelo de atendimento aos idosos que integre e enriqueça a vida dos australianos em termos de saúde e educação em todas as frentes”.

Além de compartilhar as instalações, o projeto poderá garantir oportunidades de carreiras para os jovens. “Temos escolas que tem muito espaço e uma comunidade de idosos, que tem pouco espaço, mas muitos ativos.”

Trotter destaca que as escolas têm várias instalações não utilizadas fora do horário escolar e que muitas pessoas mais velhas poderiam aproveitar “Uma escola é rica em salas de música, salas de tecnologia, bibliotecas e piscinas. Ambientes incríveis que fecham entre as três e as cindo da tarde e só reabrem às nove da manhã, quando os alunos chegam novamente”.

O projeto também aposta na educação para aposentados e idosos. “Uma das grandes maneiras de envolver os idosos e reduzir a solidão e a sensação de isolamento é através da continuação da aprendizagem ao longo da vida”, disse Trotter.

A primeira etapa do projeto, que tem a participação de três universidades – Queensland University of Technology, Australian Catholic University e a Deakin University – é selecionar pesquisadores qualificados na área de economia, design, medicina e psicologia para participar do projeto.

Como a maioria dos países desenvolvidos, a população da Austrália está envelhecendo rapidamente. Entre 1996 e 2016, a proporção da população com 65 anos ou mais aumentou de 12,0% para 15,3%. No mesmo período, a proporção de crianças (de 0 a 14 anos) diminuiu de 21,4% para 18,8% da população total.

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Ciência começa a cercar doença de Alzheimer https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2019/06/02/ciencia-comeca-a-cercar-doenca-de-alzheimer/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2019/06/02/ciencia-comeca-a-cercar-doenca-de-alzheimer/#respond Sun, 02 Jun 2019 22:53:30 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/461627701_35e096e951_z-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=147 A ciência está cercando a doença de Alzheimer, embora o diagnóstico ainda seja difícil, a prevenção, impossível e a cura, um sonho distante. Novas pesquisas apontam para fatores de risco e simplificam o diagnóstico, ao mesmo tempo em que medicamentos empregados contra outros problemas parecem ter boas possibilidades de ajudar no tratamento, hoje restritos a melhorar a qualidade de vida e ampliar a sobrevida.
O diagnóstico definitivo requer detecção post mortem, mas um diagnóstico provável pode ser estabelecido com 95% de confiança baseado em critérios clínicos, que incluem histórico médico, testes laboratoriais e de imagem e avaliação neuropsicológica. Antecipar a identificação da doença não é simples, pois os sintomas iniciais são compartilhados por uma série de desordens, incluindo formas mistas de demência e depressão.
Em Melbourne, Austrália, o professor Peter van Wijngaarden, do Centro de Pesquisa de Olhos da Austrália (CERA) recebeu uma doação de 600 mil dólares de um grupo de filantropos americanos – Bill Gates da Microsoft e os investidores Jeff e Mackenzie Bezos entre eles – que permitirá ampliar os testes de um método que utiliza tecnologia empregada nos satélites da Nasa para procurar proteínas anormais no fundo do olho de pacientes suspeitos de serem portadores da doença, mesmo que não apresentem sinais de perda de memória. O financiamento vem de um novo programa de pesquisa chamado Diagnostics Accelerator, que busca atender à necessidade urgente de testes de diagnóstico e biomarcadores rápidos, acessíveis e fáceis de usar para a doença de Alzheimer e demências relacionadas.
Depois de analisar 300 propostas, os consultores científicos do grupo selecionaram quatro projetos para receber 3,5 milhões de dólares. Além do teste de olho, que leva menos de um segundo e utiliza diferentes cores de luz, há ainda o trabalho da Amoneta Diagnostics, um teste de diagnóstico rápido e não invasivo para prever o comprometimento cognitivo leve (MCI) e a doença de Alzheimer precoce; os estudos do suiço Kaj Blennow, da Universidade de Gotemburgo, que está desenvolvendo o primeiro teste de sangue ultra-sensível para a proteína tau, que tem relação com a doença e pesquisa de Tom MacGillivray, da Universidade de Edimburgo na Escócia, que usa uma nova combinação de biomarcadores de retina que capturam a neurodegeneração e a disfunção dos vasos sanguíneos frequentemente encontrada na doença de Alzheimer com análises avançadas de imagens.
Mas há outros avanços, ainda que indiretos. Em Chicago, pesquisadores do Centro Rush, dedicado à investigação da doença, estudaram 935 idosos durante seis anos. Os participantes começaram por preencher um questionário que testava sua percepção de fraudes, a partir de cinco perguntas destinadas a medir sua abertura a vendas e investimentos arriscados. Durante seis anos, foram submetidos a testes neuropsicológicos para verificar a presença da doença ou comprometimentos cognitivos leves. Os 264 participantes que morreram ao longo do estudo foram submetidos a autópsias cerebrais, que permitiu estabelecer uma correlação entre mau desempenho nos testes e no questionário com a sinais associados ao Alzheimer. O estudo publicado na revista Annals of Internal Medicine ressalta, contudo, que as descobertas não são robustas o suficiente para sugerir que ser enganado significa que uma pessoa desenvolverá a doença de Alzheimer.
Em Atlanta, Georgia, nos Estados Unidos, especialistas da Emory University e do Atlanta Veterans Affairs Medical Center da vizinha Decatur, identificaram uma conexão entre o colesterol LDL (o assim chamado mau colesterol) e início da doença. Mas a pesquisa não é conclusiva, ainda.
No Reino Unido, um dos pólos mais desenvolvidos de pesquisa sobre Alzheimer, mais de dez mil pessoas participam de estudos como voluntários. Ali, os pesquisadores descobriram que os tratamentos para artrite podem ser reaproveitados no enfrentamento da demência. O próximo estágio dessa pesquisa coordenada pela doutora Bernardette McGuiness será entender melhor o potencial dos medicamentos anti-inflamatórios no tratamento de pessoas com demência. Por outro lado, os cientistas ingleses recomendaram que os clínicos gerais evitem prescrever alguns medicamentos anticolinérgicos (drogas que atuam no sistema parassimpático) para pessoas mais velhas. Outro caminho é a disseminação de testes e joguinhos em smartphones que ajudam os pesquisadores a entender o funcionamento do cérebro.
Em resumo, o ataque científico a esse que parece ser o maior fantasma a rondar o envelhecimento tem sido multilateral e massivo. Mas a fortaleza da doença identificada pela primeira vez numa mulher pelo psiquiatra alemã Alois Alzheimer em 1901, parece resistir a todos os esforços. Até agora.

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