Em Tempo https://emtempo.blogfolha.uol.com.br Velhices, longevidade, superação Wed, 26 Aug 2020 17:32:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Pesquisadoras brasileiras alertam para urgência de cuidar dos lares de idosos na pandemia https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/26/pesquisadoras-brasileiras-alertam-para-urgencia-de-cuidar-dos-lares-de-idosos-na-pandemia/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/26/pesquisadoras-brasileiras-alertam-para-urgencia-de-cuidar-dos-lares-de-idosos-na-pandemia/#respond Wed, 26 Aug 2020 17:04:49 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/soldiers-covid-.jpeg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=632 O coronavírus tem algumas preferências para contaminar e vitimar humanos – e uma das mais óbvias são o que o Brasil resolveu chamar de instituições de longa permanência – os antigos asilos ou lares de idosos. Se não há dados confiáveis sobre o avanço da pandemia no país, menos ainda são as informações sobre esse segmento, que abriga menos de 1% de nossos velhos.

Em artigo apresentando na Geriatrics Gerontololy and Aging, publicação científica trimestral da Sociedade Brasileira de Gerontologia, Helena Akemi Wada Watanabe, Marisa Accioly Rodrigues da Costa Domingues e Yeda Aparecida de Oliveira Duarte reclamam uma ação imediata nessas instituições: “Nós estamos gritando pela atenção a essas pessoas que, em sua maioria, não podem mais gritar por ajuda e estão esquecidas nesses locais. Faz-se imprescindível uma ação imediata, pois elas não possuem reserva para resistir sem ajuda. Isso ocorre de forma especial nas instituições pequenas, muitas delas ilegais e desconhecidas. Existem em todo o país e precisam ser vistas e ajudadas nesse momento”.

As pesquisadores lembram que o Censo realizado há uma década pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada indicou a existência de cerca de 90 mil idosos vivendo nas 3.600 instituições do gênero no pais – a maioria (65%) filantrópica)Um inquérito nacional realizado entre 2016 e 2018 concluiu que havia aproximadamente 51 mil velhos vivendo em instituições públicas e filantrópicas do país, sendo 65% semi-dependentes ou dependentes e, portanto, frágeis; hoje esse número pode chegar a 78 mil, calculam.

As instituições semelhantes nos Estados Unidos estão obrigadas, a partir desta terça-feira, a testar suas equipes e oferecer testes aos residentes. Os resultados deverão ser compartilhados com o governo e com os hospitais. Em julho, o governo comprou mais de 750 mil testes para serem distribuídos aos lares de idosos. Além disso, a administração Trump liberou US $ 5 bilhões adicionais de um fundo federal para ajudar essas instituições na pandemia.

Algumas instituições estão testando um anticorpo que pode evitar a contaminação dos idosos que vivem nesses locais. Isso já aconteceu no Heartland Health Care Center, uma casa de repouso em Moline, Illinois, uma das primeiras instituições a ser incluída nesse experimento. Tudo começou no último dia do mês passado, quando um membro da equipe de enfermagem testou positivo. No dia seguinte, um supervisor de enfermagem da instituição ligou para o laboratório Eli Lilly, que estava em busca de teste para um anticorpo monoclonal desenvolvido a partir do sangue de um sobrevivente da Covid 19. Um medicamento caro e difícil de produzir.

Mais 24 horas e dois veículos do laboratório estacionavam em frente à casa de repouso: um caminhão levando cadeiras especiais, suporte para bolsas de infusão, mesas de cabeceira e telas de privacidade. No outro, havia uma espécie de laboratório móvel com freezers, centrífuga e computadores.

A sala de jantar da instituição virou um mini-hospital, onde 25 dos 80 residentes (os que concordaram em participar voluntariamente) foram incluídos no experimento. Os velhos não sabem se estão recebendo o tal anticorpo monoclonal, desenhado para se prender ao vírus e bloquear sua entrada nas células, ou um placebo. A droga precisa ficar entre um e três meses no corpo dos participantes. O mesmo estudo está sendo realizado em outros lares de idosos nos Estados Unidos. O laboratório quer inscrever 2.400 residentes e funcionários e já tem 125 concordâncias.

O doutor Myron Cohen, pesquisador da Universidade de Carolina do Norte, que propôs o ensaio e foi entrevistado pela repórter Gina Kolata do New York Times explica sua motivação: “Algumas pessoas perguntam: ‘Se temos uma vacina, por que fazer isso? Mas uma vacina leva um mês para produzir anticorpos, e algumas populações precisam de uma intervenção mais emergente.”

O dr. Cohen ficou impactado com os relatos de moradores infetados morrendo sozinhos, sem que as visitas fossem permitidas e com o avanço da doença sobre as equipes clínicas: “Os executivos das casas de saúde estavam ansiosos para participar do estudo. No final das ligações, fiquei muito abalado, Eles explicaram o sofrimento inacreditável de clientes e famílias.”

Este é o último texto do blog na Folha de S. Paulo. O primeiro foi publicado em 12 de fevereiro de 2019 e falava de uma pequena cidade italiana cujo prefeito queria criar uma vila de aposentados de todo mundo – bem antes da pandemia. O autor agradece a acolhida do jornal neste período e seguirá acompanhando o tema, já que este é seu lugar de fala, como dizem…

]]>
0
Americanos subestimam letalidade da Covid-19 entre os velhos, segundo pesquisa https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/22/americanos-subestimam-letalidade-da-covid-19-entre-os-velhos-segundo-pesquisa/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/22/americanos-subestimam-letalidade-da-covid-19-entre-os-velhos-segundo-pesquisa/#respond Sat, 22 Aug 2020 09:28:14 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/masks-4993310_640-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=628 Novas pesquisas indicam que os norte-americanos subestimam a letalidade da Covid 19 entre os velhos. Embora a maioria ache que as pessoas com mais de 55 anos são responsáveis por pouco mais da metade dos óbitos por coronavírus (57,7%), na realidade esse percentual é de mais de 90%. O engano acontece também ao estimar as mortes entre os que tem menos de 40 anos: os entrevistados estimaram um percentual de cerca de 30% quando o número real é menor que 3%.

As descobertas aconteceram num projeto de pesquisa conjunto Franklin Templeton-Gallup divulgado no final do mês passado. Os resultados são baseados em pesquisas online conduzidas por mais de 10.000 adultos norte-americanos com 18 anos ou mais de 2 a 14 de julho. Os pesquisadores também descobriram que os americanos acreditavam que as pessoas com 44 anos ou menos representavam cerca de 30% do total de mortes por coronavírus, quando o número real era inferior a 3%.

“Quase todas as mortes nos EUA ocorreram entre pessoas com mais de 55 anos; No entanto, um grande número de americanos ainda está convencido de que o risco para os menores de 55 anos é quase o mesmo que para os mais velhos ”, disse Sonal Desai, diretor de investimentos da Franklin Templeton Fixed Income, em um comunicado.

A pesquisa também constatou que os jovens têm um medo da Covid 19 que as estatísticas de óbito não sustentam: 58 por cento das pessoas com idade entre 18 e 24 anos, que respondem por apenas 0,1 por cento de todas as mortes do COVID-19, disseram temer consequências significativas para a saúde se forem infectadas com o vírus.

Os pesquisadores atribuíram as discrepâncias ao partidarismo e às redes sociais: “O medo e a raiva são os motores mais confiáveis do engajamento; histórias assustadoras de jovens vítimas da pandemia, sugerindo que todos corremos o risco de morrer, rapidamente se tornam virais; o mesmo acontece com as histórias que culpam seus adversários políticos por tudo ”, disse Desai. “Tanto a mídia social quanto a tradicional têm produzido ambos os tipos de narrativas para gerar mais cliques e aumentar seu público.”

Foram pessoas que confiaram nas redes sociais como sua principal fonte de informação sobre a pandemia de coronavírus que apresentaram a “percepção de risco mais errônea e distorcida”, de acordo com a pesquisa. Embora o risco de morte por COVID-19 seja mínimo entre os jovens, especialistas em saúde alertam que a pandemia de coronavírus está cada vez mais sendo conduzida por pessoas de 20 a 30 anos que podem ter poucos ou nenhum sintoma, mas representam um perigo para a população idosa muito mais vulnerável.

Outro estudo, este sueco, do Karolinska Institutet mostrou que o grau de fragilidade, uma medida do nível funcional de uma pessoa antes de contrair a doença, pode prever melhor a sobrevida do COVID-19 do que a idade do paciente.A análise de 250 adultos mais velhos multimórbidos que receberam tratamento para COVID-19 no Ageing Theme no Karolinska University Hospital em Huddinge, Suécia, mostrou que três em cada quatro desses pacientes sobreviveram. O estudo foi publicado no Journal of the American Medical Directors Association.

Os velhos têm sim, um risco aumentado de desenvolver casos graves de COVID-19 e morrer da doença, mas as diferenças individuais são grandes. As recomendações gerais da Suécia sobre distanciamento social se aplicam a todas as pessoas com mais de 70 anos, independentemente de sua saúde individual.

A idade mais elevada, mas também a fragilidade, esteve associada a um maior risco de morte durante o período de atendimento. Fragilidade é um conceito relativamente novo usado como ferramenta para descrever o nível funcional de um paciente antes que ele sofresse de uma doença aguda.

]]>
0
Velhos reagem melhor ao estresse durante a pandemia, revela estudo canadense https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/30/velhos-reagem-melhor-ao-stress-durante-a-pandemia-revela-estudo-canadense/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/30/velhos-reagem-melhor-ao-stress-durante-a-pandemia-revela-estudo-canadense/#respond Thu, 30 Jul 2020 09:48:41 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/patrick-klaiber--320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=606 Uma pesquisa realizada entre março e abril nos Estados Unidos e no Canadá, com 776 adultos entre 18 e 91 anos revelou que os mais velhos enfrentam melhor os estresses provocados pela pandemia do coronavírus.

O doutor Patrick Klaiber e seus colegas do Departamento de Psicologia da Universidade de British Columbia, em Vancouver, no Canadá, submeteram os participantes a dois questionários diários – pela manhã e à noite – em que deveriam listar seus sentimentos diante de questões específicas como o medo de ser contaminado, fracassos profissionais e outros fatores de stress.

Os resultados, informaram os pesquisadores no Journal of Gerontology: Psychological Sciences repetiram o que já ocorrera em pesquisas anteriores sobre estresse e reação individual: gol dos velhinhos.

Para o doutor Klaiber, o estudo fornece novas evidências de que adultos mais velhos são emocionalmente resilientes, apesar de serem mais vulneráveis à Covid-19. “Também descobrimos que os adultos mais jovens correm maior risco de solidão e sofrimento psicológico durante a pandemia”.

Nas primeiras semanas da pandemia, os adultos mais velhos apresentaram um bem-estar emocional melhor e reagiram menos aos fatores de estresse, ainda que não tenham se diferenciado dos mais jovens diante das ameaças emocionais da Covid-19. Além disso, os mais jovens se beneficiaram mais dos eventos positivos.

A vantagem a favor dos mais velhos avalia o doutor Klaiber, pode estar relacionada a diferenças nos motivos causadores de estresse, de acordo com a idade: “Os adultos mais jovens e de meia-idade enfrentam desafios relacionados à família e ao trabalho, como trabalhar em casa, educar em casa e desemprego. Eles também são mais propensos a experimentar diferentes tipos de estressores não-pandêmicos do que os adultos mais velhos, como conflitos interpessoais”.

E o psicólogo formado em Berlim segue: “Enquanto os idosos enfrentam estressores, como taxas mais altas de contração da doença, complicações graves e mortalidade por Covid-19, eles também possuem mais habilidades de enfrentamento para lidar com o stress da pandemia”.

Os pesquisadores esperam que suas descobertas ajudem a informar o desenvolvimento de programas e estratégias para melhorar a saúde mental de adultos de todas as faixas etárias.

]]>
0
Vacinas contra coronavírus podem falhar com idosos, alertam pesquisadores canadenses https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/23/vacinas-contra-coronavirus-podem-falhar-com-idosos-alertam-pesquisadores-canadenses/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/23/vacinas-contra-coronavirus-podem-falhar-com-idosos-alertam-pesquisadores-canadenses/#respond Thu, 23 Jul 2020 14:07:56 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/vaccine-4946480_640-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=599 O alerta foi feito por dois imunologistas e professores canadenses da Universidade de Ghelp, Byram W. Bridle e Shayan Sharif ao blog The Conversation: os vacinologistas – e eles se incluem no grupo – têm falhado ao ignorarem o fato de que os velhos respondem mal às vacinas contra a gripe – o que faz supor que o mesmo vá acontecer em relação à imunização contra o novo coronavírus.

Isso acontece por causa do fenômeno que os imunologistas chamam de imunossenescência, que é o declínio do sistema imunológico que acompanha o envelhecimento. É por essa razão que os velhos têm mais doenças inflamatórias – na verdade, eles respondem pior aos ataques e são mais propensos, entre outras mazelas, a desenvolverem doenças respiratórias. E é aí que mora o perigo do novo coronavírus: a principal infecção causada pelo SARS-CoV-2 é a justamente a inflamação no trato respiratório.

Bridle e Sharif alertam para o fato de que a maior parte da experiência da comunidade científica no desenvolvimento de vacinas está ligada a testes realizados com pacientes jovens. “ O fato de as pessoas idosas não responderem bem às imunizações tem sido amplamente ignorado na maioria das discussões sobre as vacinas COVID-19, apesar de este ser o grupo de maior necessidade”, afirmam no artigo.

Os canadenses propõem um método prático de testar o que afirmam – sugerem que os leitores encontrem o maior número possível de artigos de pesquisa originais sobre o tema do desenvolvimento de vacinas que usaram testes em animais (pode ser para qualquer doença) e olhem na subseção da seção “materiais e métodos”, para verificar a idade dos animais.

A dupla diz ter ficado chocada com a descoberta: os ratos, animais mais comuns usados na pesquisa pré-clínica de vacinas, têm, na maior parte dos casos, 12 semanas ou menos, o que equivale a pessoas com 20 anos ou menos. “É comparativamente muito mais raro os estudos usarem camundongos imunosenescentes com pelo menos 18 meses de idade, equivalentes e humanos idosos.” No caso de estudos envolvendo primatas não humanos, como os macacos Rhesus, estes têm entre três e seis anos de idade, o que equivale a um adolescente ou adulto jovem.

“Os ensaios clínicos de fase inicial”, seguem os dois pesquisadores, “concentram-se na segurança, não na eficácia das vacinas. Portanto, muitas vacinas nunca são testadas no contexto do sistema imunológico envelhecido até os ensaios clínicos de Fase 2 e 3. O tempo para descobrir que uma vacina não funciona bem no contexto da imunossenescência não é neste estágio extremamente tardio, quando é tarde demais para resolver o problema. Esse teste deve começar na fase pré-clínica em que um processo iterativo pode ser seguido para adaptar uma vacina para um sistema imunológico senescente.”

O problema tem origem banal: os fornecedores de animais criados para fins de pesquisa não possuem a quantidade suficiente de animais velhos. A maioria dos ratos antigos disponíveis são da linhagem C57BL, que é a cepa mais comum usada na pesquisa e é conhecida por possuir um sistema imunológico com forte tendência a respostas efetivas contra vírus e entre estes camundongos idosos, muitos desenvolvem uma forma mais grave de SARS depois da infecção, do mesmo modo que acontece com os humanos idosos.

“O uso excessivo de camundongos jovens com sistemas imunológicos ideais para respostas antivirais e com doenças menos graves pode influenciar os resultados de uma maneira que superestima o potencial das vacinas em ter um bom desempenho em idosos”, alertam os dois professores canadenses.

Embora as pessoas acima de 65 anos concentrem os casos mais graves da COVID 19, os canadenses suspeitam que a maioria das vacinas que estão na fase 3 não foram submetidas à otimização pré-clínica para uma população idosa, o que significa que a primeira geração de imunizantes contra o novo coronavírus podem simplesmente não serem eficientes para os que mais precisam.

“Para a pandemia do COVID-19,”concluem os dois cientistas, “é tarde demais para voltar e incorporar essas considerações em testes pré-clínicos. No entanto, é imperativo que os pesquisadores ainda na fase pré-clínica incorporem testes frente a frente de seus candidatos a vacina em animais jovens versus idosos e desenvolvam estratégias para otimizá-los neste último. Isso ajudará o mundo a se preparar para o próximo surto de um perigoso coronavírus. Nesse sentido, o foco nos idosos deve ser incorporado a outros programas de desenvolvimento de vacinas, incluindo aqueles para o tratamento de câncer, que têm maior incidência em idosos(…) Embora alguns pesquisadores realizem estudos de vacinas em animais velhos , muito mais vacinologistas precisam levar em conta a peculiaridade dos idosos – e isso é de crescente importância para países com populações em envelhecimento. O que significará mudar a filosofia atual do campo de desenvolvimento de vacinas e incorporar a idade como uma variável crítica.”

]]>
0
Pesquisadores indianos vão aplicar vacina BCG em idosos contra coronavírus https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/17/pesquisadores-indianos-vao-aplicar-vacina-bcg-em-idosos-contra-coronavirus/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/17/pesquisadores-indianos-vao-aplicar-vacina-bcg-em-idosos-contra-coronavirus/#respond Fri, 17 Jul 2020 14:29:13 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/vaccination-tuberculin-test-syringe-inject-doctor-medical-diagnosis-tuberculosis-disease-thumbnail.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=594 No momento existem 163 vacinas contra o coronavírus sendo pesquisadas mundo afora – e algumas já em fase de testes com humanos. Mesmo assim, os cientistas buscam qualquer alternativa que supostamente, seja capaz de conter a propagação da pandemia. Na Índia, mais exatamente no estado de Tamil Nadu, o segundo em termos econômicos e o sexto em população, pesquisadores preparam-se para inocular idosos com a vacina BCG, usada contra a tuberculose e só aplicada em crianças, para verificar sua eficácia para protegê-los do Covid-19.

A iniciativa, autorizada pelo governo, deve ser estendida a outras regiões, mas está preocupando outros cientistas, que temem os problemas de segurança. A BCG é uma vacina viva e antes de ser administrada a pessoas na faixa etária de 60 a 95 anos com co-morbidades, será preciso coletar dados de segurança primeiro. Como a triagem e o recrutamento demandam três meses e será preciso monitorar os pacientes por mais seis meses, só haverá resultados em 2021.

Pelo Twitter, o doutor Madhukar Pai, diretor do Centro de Tuberculose McGill em Montreal, no Canadá alerta: “Ninguém tem experiência em dar a vacina BCG ao vivo para idosos. Sem garantir a segurança, ninguém deve fazer esses testes em idosos. Não há evidências diretas provando que a BGC reduzirá a mortalidade por Covid-19″.

Essa mesma conclusão foi anotada por investigadores do Centro Médico Shamir, de Israel. Os dados foram divulgados no periódico científico Journal of the American Medical Association (JAMA), e partilhados pela revista Galileu.

Os investigadores analisaram os dados de crianças nascidas em Israel que tinham recebido a BCG entre 1955 e 1982, período em que a cobertura da vacina superou os 90%. Analisando os índices de infecção pelo novo coronavírus entre a população que havia sido vacinada e a outra que não recebera a BGC não se encontraram diferenças significativas. Pelo estudo, 11,7% dos vacinados com a BCG e 10,4% dos não vacinados testaram positivo para o SARS-CoV-2.

O que tem levado pesquisadores a supor uma relação entre a vacina e menores taxas de contágio e morbidade é o fato de que vários países com sistemas de saúde frágeis têm apresentado um baio número de casos do novo coronavírus – e a coincidência de que são países que costumavam vacinar suas crianças contra a tuberculose com a BCG.

Um levantamento liderado por pesquisadores americanos e ingleses revelou que países que não têm políticas de vacinação contra tuberculose tiveram dez vezes mais mortes por covid-19. O estudo foi publicado no medRxiv, um repositório que distribui manuscritos completos, mas não publicados, apenas em fase de pré-publicação.

]]>
0
Parte dos estudos sobre Covid 19 nos EUA deixam velhos de fora https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/22/parte-dos-estudos-sobre-covid-19-nos-eua-deixam-velhos-de-fora/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/06/22/parte-dos-estudos-sobre-covid-19-nos-eua-deixam-velhos-de-fora/#respond Mon, 22 Jun 2020 09:56:02 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/06/medicamentos-.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=563 Um quarto dos estudos norte-americanos sobre a Covid 19 podem deixar de fora justamente o grupo etário mais ameaçado: os velhos. Ao revisar 241 estudos e ensaios listados num site governamental – o clinicaltrials.gov, mantido pelo National Institutes of Health – a geriatra Sharon K. Inouye, professora da Harvard Medical School, descobriu 37 com um limite de idade e outros 27 que, mesmo sem essa limitação, foram montados de modo que a população idosa corre o risco de ficar de fora.

Alguns desses 27 estudos excluíram pessoas com doenças comuns entre os mais velhos, como a hipertensão ou o diabetes. Outros permitem, por exemplo, que o pesquisador descarte um paciente com deficiência auditiva, para não perder tempo. Há ainda ensaios que não admitem quem tome vários medicamentos, o que usual entre os velhos.

Ao compilar os resultados preliminares, ainda não publicados, a doutora Inouye constatou que cerca de um quarto dos estudos norte-americanos podem excluir ou sub-representar os idosos. E deu o alerta para a colunista Paula Span, do New York Times:

“Daqui a um ano, quando esses testes forem publicados, não gostaria de ver que eles não incluem quem tem mais de 75 anos. Se criarem uma droga que funcione muito bem em pessoas saudáveis de 50 e 60 anos, perderão o barco”.

Dados do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos indicam que 80% das mortes por COVID-19 ocorreram em pessoas com 65 anos ou mais.

A barreira etária se repete em estudos internacionais examinados pela equipe da doutora Inouye, embora o estudo tenha se debruçado sobre os trabalhos listados no site norte-americano.

Na tentativa de evitar esse viés etário, o National Institutes of Health (correspondente à nossa Agência Nacional de Saúde, mas muito mais poderosa) passou a exigir no ano passado, antes da pandemia, portanto, que os estudos financiados incluíssem “indivíduos ao longo da vida”, a menos que os pesquisadores forneçam uma “justificativa aceitável” para a exclusão. Caso contrário, nada de recursos. A maioria dos ensaios clínicos, no entanto, tem financiamento privado e não precisa obedecer essa norma.

]]>
0
Pandemia espanta investidores das empresas de moradias assistidas para idosos https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/15/pandemia-espanta-investidores-das-empresas-de-moradias-assistidas-para-idosos/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/15/pandemia-espanta-investidores-das-empresas-de-moradias-assistidas-para-idosos/#respond Fri, 15 May 2020 18:10:21 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/brookdale-little-rock-comunity.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=530 A pandemia já está sacudindo um mercado que até o começo deste ano parecia ir de vento em popa: o das moradias assistidas para idosos. Com a chegada da geração dos chamados baby boomers à velhice, construir empreendimentos para essa antiga rapaziada estava atraindo investidores em vários países. Mas numa pesquisa recente do Centro Nacional de Investimentos para Casas e Cuidados para Idosos, cerca de 80% dos entrevistados relataram queda nas taxas de ocupação.

Esta semana, a grande imprensa norte-americana acendeu o sinal amarelo, depois que as mortes de residentes e funcionários dessas unidades se aproximaram da casa dos 30 mil.

A consequência imediata deve ser um aumento brutal dos custos, mas o problema vai além disso: os investidores não podem simplesmente se comportar como meros locadores e terão de assumir o papel de prestadores de serviços e desse modo, responsabilizar-se pela limpeza e desinfecção das instalações, fornecimento de equipamentos de proteção e reforço das equipes, com a incorporação de enfermeiros e médicos.

Ao apresentar seus resultados financeiros por teleconferência, na semana passada, a CEO da Brookdale, que tem 741 comunidades de aposentados, com 65 mil residentes, Lucinda Baier, informou que no primeiro trimestre, os gastos com o coronavírus na empresa chegaram aos US $ 10 milhões e previu que no segundo trimestre, gastarão muito mais. “Não há dúvida de que nossos custos aumentaram, pois tivemos que comprar muitos equipamentos de proteção individual. Tivemos que aumentar nossas despesas de saneamento e começar a entregar refeições aos nossos residentes em seus quartos,” disse Baier aos investidores.

Com as margens do negócio descendo a ladeira, deve diminuir o apetite dos investidores. Um sinal disso pode ser identificado na queda no valor das ações da Brookdale Senior Living, a maior cadeia habitacional sênior dos EUA. Em fevereiro, valiam US$ 8 cada. Nesta sexta-feira, valiam 2,85 dólares apenas. Em outra empresa do setor, a Ventas, cm 70 mil idosos atendidos, o preço das ações caiu de US$ 62,40 para US$ 27,95 por ação.

Aqui em Portugal, as mortes por coronavírus nos lares até quinta-feira, 14 de maio, somavam 477 casos. OS lares de idosos, como são denominadas as instituições de longa permanência respondem ainda por 37% dos casos confirmados. Na próxima segunda-feira, as visitas serão retomadas nesses lares, sob regras muito mais rigorosas. Mas boa parte das instituições deve adiar o reencontro dos idosos com seus familiares, para poder se adequar às determinações da Direção Geral de Saúde.

Na Espanha, a situação é ainda pior, embora os dados sejam imprecisos, por falta de diagnóstico. Nas 5.457 residências de ancianos, a soma das mortes informadas pelas províncias alcança os 18.282 casos ou 66% do total notificado pelo Ministério da Saúde.

]]>
0
Em vários países, autoridades e instituições querem que idosos se mexam, mas em casa https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/07/em-varios-paises-autoridades-e-instituicoes-querem-que-idosos-se-mexam-mas-em-casa/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/07/em-varios-paises-autoridades-e-instituicoes-querem-que-idosos-se-mexam-mas-em-casa/#respond Thu, 07 May 2020 18:57:26 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/museveni-.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=522 Especialistas e autoridades sanitárias de diversos países procuram fórmulas capazes de induzir os idosos, obrigados a uma quarentena cujo fim não está no horizonte, a praticar exercícios, mesmo sem sair de casa. No Japão, voltou à moda a Rádio Taiso, transmissões radiofônicas musicais destinadas a sustentar programas de exercícios, que existem desde 1928, quando fizeram parte da comemoração da coroação do imperador Hiroito. O diretor da Associação Médica de Tóquio, Harou Ozabi, foi enfático: “As pessoas idosas precisam ser ativas mesmo quando ficam em casa, e há várias maneiras de fazer atividade física. Quando estão confinados em casa, correm o risco de perder força física e se tornar frágil”.

Em vários municípios japoneses a Rádio Taiso ganhou audiência nos últimos tempos. Ao som de um piano, os locutores incentivam os ouvintes a prática de exercícios, num modelo quase centenário.

Há poucos dias, o primeiro-ministro Shinzo Abe estendeu o estado de emergência nacional até o final de maio, na tentativa de conter novos casos de coronavírus e reduzir a tensão nos hospitais. Numa sociedade onde 28% dos habitantes tem 65 anos ou mais, é preciso fazer um esforço para que os idosos pratiquem exercícios físicos.

Os especialistas médicos estão aconselhando os idosos a fazer algum exercício, comer bem e manter-se conectado com outras pessoas, não necessariamente frente a frente, mas por telefone, correio ou através da mídia social, a fim de permanecer saudável.

Sem um fim imediato à vista da quarentena para os velhos, um painel de especialistas médicos recomendou que o governo tome medidas para ajudar as pessoas idosas, especialmente as que vivem sozinhas, a manter sua saúde sem sair de casa. A taxa de mortalidade na faixa dos 30, 40 e 50 anos é inferior a 1%. Sobe para 2,1% nos 60, 6% nos 70 e 12,9% na faixa dos 80, segundo dados do Ministério da Saúde do Japão.

Na Austrália, médicos e pesquisadores de fisioterapia de dez universidades, institutos e serviços de saúde, lançaram o site Safe Exercise at Home que compartilha exercícios funcionais simples e apresenta maneiras seguras de aumentar o nível de atividade dos idosos em casa. Michele Calysaya, pesquisadora sênior do Instituto Menzies de Pesquisa Médica da Universidade da Tasmânia, lembra que a atividade física é menor na quarentena e isso é um problema para os mais velhos.

O Village Yeronga, uma casa de repouso em Brisbane está promovendo aulas de ginástica “verticais”, em que os idosos podem participar de suas varandas, depois que as instalações foram bloqueadas devido à pandemia de coronavírus.
Um instrutor de fitness fica no parque com um megafone, no centro dos prédios da vila, demonstrando e assim comanda os exercícios que os residentes fazem em suas varandas.

Em Uganda, o próprio presidente da República resolveu dar o exemplo. Yoweri Museveni, de 75 anos, postou um vídeo de dois minutos e 25 segundos em que aparece de agasalho de ginástica e descalço num escritório espaçoso com um tapete vermelho, se exercitando. Museveni explicou que desencoraja expressamente que as pessoas se exercitem ou corram em grupo. Uganda tem 100 casos confirmados do novo coronavírus e nenhuma morte (dados de 7 de maio).

A Organização Mundial de Saúde tem recomendações muito simples para quem pretende manter a forma, sem comprometer a saúde dos outros. Evidentemente, não recomenda idas à padaria, participação em manifestações ou tossir em público. As sugestões são estas:

Não se exercite se tiver febre, tosse e dificuldade em respirar. É melhor ficar em casa e descansar.
Se puder andar um pouco ou andar de bicicleta, mantenha o distanciamento físico e lave as mãos.

Se for a um parque ou espaço público aberto para caminhar, correr ou se exercitar, também pratique o distanciamento físico e lave as mãos.

Quem não é regularmente ativo, deve começar devagar e com atividades de baixa intensidade, como caminhadas e exercícios de baixo impacto. .

Escolha a atividade certa para reduzir o risco de lesões e aproveitar o que está fazendo. Escolha a intensidade certa de acordo com seu estado de saúde e nível de condicionamento físico.

]]>
0
Estudo inglês indica que é o coronavírus que mata os idosos e não as comorbidades https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/02/estudo-ingles-indica-que-e-o-coronavirus-que-mata-os-idosos-e-nao-as-comorbidades/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/02/estudo-ingles-indica-que-e-o-coronavirus-que-mata-os-idosos-e-nao-as-comorbidades/#respond Sat, 02 May 2020 12:27:03 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/img_7332-1.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=510 A análise de informações detalhadas sobre quase 17 mil pacientes internados em hospitais do Reino Unido, feito pelo Coronavirus Clinical Characterization Consortium, concluiu que o Covid-19 é tão perigoso quanto o ebola e que a maioria dos idosos mortos pela doença não teria morrido de outra forma, contrariando assim a versão de que são as comorbidades que levam a óbito os mais velhos. O estudo, liderado pelo professor Calum Semple e publicado no site medRxiv, sem revisão de seus pares, constatou que um terço das pessoas admitidas nos hospitais morreu.

Numa entrevista coletiva virtual, Semple apresentou seus argumentos: “É o mesmo para os internados no Ebola (…) As pessoas precisam ouvir isso e pensar nas coisas. O motivo pelo qual o governo deseja que as pessoas fiquem em casa até que o surto se acalme é porque esta é uma doença incrivelmente perigosa. Ainda vemos exemplos isolados de egoísmo, onde as pessoas pensam que não há problema em se encontrar no parque e compartilhar um pacote de quatro cervejas. Há um grupo específico de jovens que está adotando uma atitude de ‘estou bem, Jack, isso não me incomoda’. Eles não entendem que têm a mesma probabilidade de pegá-lo e transmiti-lo, e isso afetará o resto da sociedade.”

Além da alta taxa de mortalidade entre os idosos, a maioria dos quais não sobreviveu à internação hospitalar, o estudo também verificou o seguinte:

– Quase metade (49%) dos pacientes rastreados por 14 dias ou mais, recebeu alta; 33% morreram e 17% continuavam em tratamento.

– Grávidas não correm maior risco de morte

– Obesos, com Índice de Massa Corporal acima de 30 têm uma taxa mais elevada de mortalidade.

Para outro integrante do consórcio, Peter Openshaw, especialista em medicina experimental do Imperial College de Londres, o estudo apresenta números preocupantes:

“O vírus não está apenas se comportando como um vírus da tosse (…) é uma doença muito mais complexa do que pensávamos inicialmente. É notável ver uma nova doença se desenvolvendo diante de nossos olhos”.

Outro estudo, realizado por pesquisados do MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos – concluiu que o coronavírus infecta as células da mucosa – células que fabricam muco – antes de se multiplicar e se espalhar por todo o corpo e que ao se clonas nas células rígidas encontradas nos pulmões consegue se espalhar mais rapidamente pelo corpo.

É isso que torna os idosos um alvo preferencial: os tecidos de seus pulmões e os tratos respiratórios têm maior quantidade de fibras proteicas, o que favorece a multiplicação do vírus.

]]>
0
Pandemia faz casal de bisavós australianos leiloar cobertura e doar resultado à pesquisa https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/25/pandemia-faz-casal-de-bisavos-australianos-leiloar-cobertura-e-doar-resultado-a-pesquisa/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/25/pandemia-faz-casal-de-bisavos-australianos-leiloar-cobertura-e-doar-resultado-a-pesquisa/#respond Sat, 25 Apr 2020 15:32:15 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/keith-drake-2.jpeg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=501 Diante da conclamação do general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, para que os jornalistas apresentem histórias positivas dessa pandemia, este blog foi à caça. Encontrou um edificante exemplo de dois bisavós de 80 aos, que resolveram doar o produto da venda de uma cobertura multimilionária à beira-mar, para ajudar os pesquisadores a desenvolver um tratamento para o Covid-19. A história vem de Queensland, na Austrália, no relato da repórter Tara Kassidi, do jornal ABC Sunshine Coast, mas como o general não especificou qualquer limite territorial acho que vale.

Keith e Glenda Drake resolveram leiloar sua cobertura duplex em Maroochydore, na Suhshine Coast. Compraram o apartamento por 2,75 milhões de dólares em 2006, mas há cinco anos mudaram para uma pequena fazenda, porque o filho do casal, de 57 anos tem paralisia cerebral e requer cuidados 24 horas por dia.

O apartamento, que está alugado, irá à leilão e o casal estima obter três milhões de dólares com a venda. A cobertura fica a 300 metros da praia e ocupa dois andares completos, possui quatro quartos, três banheiros. No deck, há uma piscina aquecida privativa, duas áreas de entretenimento e sauna. Todo o dinheiro será doado ao Fundo de Ação de Coronavírus da Royal Brisbane and Women’s Hospital Foundation.

Depois de ler tudo o que conseguiu sobre a pandemia, a dupla resolveu abrir mão da propriedade. Nas palavras de Keith: “Não vamos viver para sempre, estamos nos nossos 80 anos … então eu disse a Glenda: ‘Vamos fazer’ e ela disse: ‘Sim!’ Entendi o significado dessa pandemia, percebi o quanto era grave e pensei que os laboratórios deviam estar realmente precisando de dinheiro para fazer o que precisam. Sem que eles apresentem um remédio, podemos ficar presos por muito tempo.”

Antes que alguém imagine que o casal ficou só na conversa, eles já doaram cem mil dólares para a causa há algumas semanas, mas concluíram que isso não era suficiente.

Keith deixa claro que tem gente dando algo mais do que eles:”Dar algo material não é tão valioso quanto o tempo e a energia investidos por essas pessoas médicas. As pessoas que fazem o trabalho – cuidadores, pessoas combatendo incêndios – são as pessoas maravilhosas que merecem elogios, não pessoas como nós, que tiveram sorte nos negócios.”

O casal australiano é uma exceção. Entre os 2.095 bilionários do ranking da revista Forbes, apens 77 doaram para o combate ao coronavírus. A revista reconhece que a reconstrução da catedral de Notre Dame foi melhor aquinhoada com a benemerência dos ricaços.

Em São Paulo, 118 empresas doaram recursos no Grupo Empresarial Solidário. O governador João Dória Junior anunciou há dois dias que a soma das doações de empresas e particulares chegou a meio bilhão de reais. A Folha apresentou uma lista de entidades que aguardam doações aqui https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/04/saiba-como-doar-para-aliviar-o-impacto-do-coronavirus.shtml.

O Grupo Globo criou uma plataforma que permite escolher o destinatário de doações. É a www.paraquemdoar.com
Ou seja, não é por falta de destinatários que os doadores deixarão de gerar boas notícias.

]]>
0