Em Tempo https://emtempo.blogfolha.uol.com.br Velhices, longevidade, superação Wed, 26 Aug 2020 17:32:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Americanos subestimam letalidade da Covid-19 entre os velhos, segundo pesquisa https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/22/americanos-subestimam-letalidade-da-covid-19-entre-os-velhos-segundo-pesquisa/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/08/22/americanos-subestimam-letalidade-da-covid-19-entre-os-velhos-segundo-pesquisa/#respond Sat, 22 Aug 2020 09:28:14 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/masks-4993310_640-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=628 Novas pesquisas indicam que os norte-americanos subestimam a letalidade da Covid 19 entre os velhos. Embora a maioria ache que as pessoas com mais de 55 anos são responsáveis por pouco mais da metade dos óbitos por coronavírus (57,7%), na realidade esse percentual é de mais de 90%. O engano acontece também ao estimar as mortes entre os que tem menos de 40 anos: os entrevistados estimaram um percentual de cerca de 30% quando o número real é menor que 3%.

As descobertas aconteceram num projeto de pesquisa conjunto Franklin Templeton-Gallup divulgado no final do mês passado. Os resultados são baseados em pesquisas online conduzidas por mais de 10.000 adultos norte-americanos com 18 anos ou mais de 2 a 14 de julho. Os pesquisadores também descobriram que os americanos acreditavam que as pessoas com 44 anos ou menos representavam cerca de 30% do total de mortes por coronavírus, quando o número real era inferior a 3%.

“Quase todas as mortes nos EUA ocorreram entre pessoas com mais de 55 anos; No entanto, um grande número de americanos ainda está convencido de que o risco para os menores de 55 anos é quase o mesmo que para os mais velhos ”, disse Sonal Desai, diretor de investimentos da Franklin Templeton Fixed Income, em um comunicado.

A pesquisa também constatou que os jovens têm um medo da Covid 19 que as estatísticas de óbito não sustentam: 58 por cento das pessoas com idade entre 18 e 24 anos, que respondem por apenas 0,1 por cento de todas as mortes do COVID-19, disseram temer consequências significativas para a saúde se forem infectadas com o vírus.

Os pesquisadores atribuíram as discrepâncias ao partidarismo e às redes sociais: “O medo e a raiva são os motores mais confiáveis do engajamento; histórias assustadoras de jovens vítimas da pandemia, sugerindo que todos corremos o risco de morrer, rapidamente se tornam virais; o mesmo acontece com as histórias que culpam seus adversários políticos por tudo ”, disse Desai. “Tanto a mídia social quanto a tradicional têm produzido ambos os tipos de narrativas para gerar mais cliques e aumentar seu público.”

Foram pessoas que confiaram nas redes sociais como sua principal fonte de informação sobre a pandemia de coronavírus que apresentaram a “percepção de risco mais errônea e distorcida”, de acordo com a pesquisa. Embora o risco de morte por COVID-19 seja mínimo entre os jovens, especialistas em saúde alertam que a pandemia de coronavírus está cada vez mais sendo conduzida por pessoas de 20 a 30 anos que podem ter poucos ou nenhum sintoma, mas representam um perigo para a população idosa muito mais vulnerável.

Outro estudo, este sueco, do Karolinska Institutet mostrou que o grau de fragilidade, uma medida do nível funcional de uma pessoa antes de contrair a doença, pode prever melhor a sobrevida do COVID-19 do que a idade do paciente.A análise de 250 adultos mais velhos multimórbidos que receberam tratamento para COVID-19 no Ageing Theme no Karolinska University Hospital em Huddinge, Suécia, mostrou que três em cada quatro desses pacientes sobreviveram. O estudo foi publicado no Journal of the American Medical Directors Association.

Os velhos têm sim, um risco aumentado de desenvolver casos graves de COVID-19 e morrer da doença, mas as diferenças individuais são grandes. As recomendações gerais da Suécia sobre distanciamento social se aplicam a todas as pessoas com mais de 70 anos, independentemente de sua saúde individual.

A idade mais elevada, mas também a fragilidade, esteve associada a um maior risco de morte durante o período de atendimento. Fragilidade é um conceito relativamente novo usado como ferramenta para descrever o nível funcional de um paciente antes que ele sofresse de uma doença aguda.

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Velhos reagem melhor ao estresse durante a pandemia, revela estudo canadense https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/30/velhos-reagem-melhor-ao-stress-durante-a-pandemia-revela-estudo-canadense/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/30/velhos-reagem-melhor-ao-stress-durante-a-pandemia-revela-estudo-canadense/#respond Thu, 30 Jul 2020 09:48:41 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/patrick-klaiber--320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=606 Uma pesquisa realizada entre março e abril nos Estados Unidos e no Canadá, com 776 adultos entre 18 e 91 anos revelou que os mais velhos enfrentam melhor os estresses provocados pela pandemia do coronavírus.

O doutor Patrick Klaiber e seus colegas do Departamento de Psicologia da Universidade de British Columbia, em Vancouver, no Canadá, submeteram os participantes a dois questionários diários – pela manhã e à noite – em que deveriam listar seus sentimentos diante de questões específicas como o medo de ser contaminado, fracassos profissionais e outros fatores de stress.

Os resultados, informaram os pesquisadores no Journal of Gerontology: Psychological Sciences repetiram o que já ocorrera em pesquisas anteriores sobre estresse e reação individual: gol dos velhinhos.

Para o doutor Klaiber, o estudo fornece novas evidências de que adultos mais velhos são emocionalmente resilientes, apesar de serem mais vulneráveis à Covid-19. “Também descobrimos que os adultos mais jovens correm maior risco de solidão e sofrimento psicológico durante a pandemia”.

Nas primeiras semanas da pandemia, os adultos mais velhos apresentaram um bem-estar emocional melhor e reagiram menos aos fatores de estresse, ainda que não tenham se diferenciado dos mais jovens diante das ameaças emocionais da Covid-19. Além disso, os mais jovens se beneficiaram mais dos eventos positivos.

A vantagem a favor dos mais velhos avalia o doutor Klaiber, pode estar relacionada a diferenças nos motivos causadores de estresse, de acordo com a idade: “Os adultos mais jovens e de meia-idade enfrentam desafios relacionados à família e ao trabalho, como trabalhar em casa, educar em casa e desemprego. Eles também são mais propensos a experimentar diferentes tipos de estressores não-pandêmicos do que os adultos mais velhos, como conflitos interpessoais”.

E o psicólogo formado em Berlim segue: “Enquanto os idosos enfrentam estressores, como taxas mais altas de contração da doença, complicações graves e mortalidade por Covid-19, eles também possuem mais habilidades de enfrentamento para lidar com o stress da pandemia”.

Os pesquisadores esperam que suas descobertas ajudem a informar o desenvolvimento de programas e estratégias para melhorar a saúde mental de adultos de todas as faixas etárias.

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Vacinas contra coronavírus podem falhar com idosos, alertam pesquisadores canadenses https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/23/vacinas-contra-coronavirus-podem-falhar-com-idosos-alertam-pesquisadores-canadenses/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/07/23/vacinas-contra-coronavirus-podem-falhar-com-idosos-alertam-pesquisadores-canadenses/#respond Thu, 23 Jul 2020 14:07:56 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/vaccine-4946480_640-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=599 O alerta foi feito por dois imunologistas e professores canadenses da Universidade de Ghelp, Byram W. Bridle e Shayan Sharif ao blog The Conversation: os vacinologistas – e eles se incluem no grupo – têm falhado ao ignorarem o fato de que os velhos respondem mal às vacinas contra a gripe – o que faz supor que o mesmo vá acontecer em relação à imunização contra o novo coronavírus.

Isso acontece por causa do fenômeno que os imunologistas chamam de imunossenescência, que é o declínio do sistema imunológico que acompanha o envelhecimento. É por essa razão que os velhos têm mais doenças inflamatórias – na verdade, eles respondem pior aos ataques e são mais propensos, entre outras mazelas, a desenvolverem doenças respiratórias. E é aí que mora o perigo do novo coronavírus: a principal infecção causada pelo SARS-CoV-2 é a justamente a inflamação no trato respiratório.

Bridle e Sharif alertam para o fato de que a maior parte da experiência da comunidade científica no desenvolvimento de vacinas está ligada a testes realizados com pacientes jovens. “ O fato de as pessoas idosas não responderem bem às imunizações tem sido amplamente ignorado na maioria das discussões sobre as vacinas COVID-19, apesar de este ser o grupo de maior necessidade”, afirmam no artigo.

Os canadenses propõem um método prático de testar o que afirmam – sugerem que os leitores encontrem o maior número possível de artigos de pesquisa originais sobre o tema do desenvolvimento de vacinas que usaram testes em animais (pode ser para qualquer doença) e olhem na subseção da seção “materiais e métodos”, para verificar a idade dos animais.

A dupla diz ter ficado chocada com a descoberta: os ratos, animais mais comuns usados na pesquisa pré-clínica de vacinas, têm, na maior parte dos casos, 12 semanas ou menos, o que equivale a pessoas com 20 anos ou menos. “É comparativamente muito mais raro os estudos usarem camundongos imunosenescentes com pelo menos 18 meses de idade, equivalentes e humanos idosos.” No caso de estudos envolvendo primatas não humanos, como os macacos Rhesus, estes têm entre três e seis anos de idade, o que equivale a um adolescente ou adulto jovem.

“Os ensaios clínicos de fase inicial”, seguem os dois pesquisadores, “concentram-se na segurança, não na eficácia das vacinas. Portanto, muitas vacinas nunca são testadas no contexto do sistema imunológico envelhecido até os ensaios clínicos de Fase 2 e 3. O tempo para descobrir que uma vacina não funciona bem no contexto da imunossenescência não é neste estágio extremamente tardio, quando é tarde demais para resolver o problema. Esse teste deve começar na fase pré-clínica em que um processo iterativo pode ser seguido para adaptar uma vacina para um sistema imunológico senescente.”

O problema tem origem banal: os fornecedores de animais criados para fins de pesquisa não possuem a quantidade suficiente de animais velhos. A maioria dos ratos antigos disponíveis são da linhagem C57BL, que é a cepa mais comum usada na pesquisa e é conhecida por possuir um sistema imunológico com forte tendência a respostas efetivas contra vírus e entre estes camundongos idosos, muitos desenvolvem uma forma mais grave de SARS depois da infecção, do mesmo modo que acontece com os humanos idosos.

“O uso excessivo de camundongos jovens com sistemas imunológicos ideais para respostas antivirais e com doenças menos graves pode influenciar os resultados de uma maneira que superestima o potencial das vacinas em ter um bom desempenho em idosos”, alertam os dois professores canadenses.

Embora as pessoas acima de 65 anos concentrem os casos mais graves da COVID 19, os canadenses suspeitam que a maioria das vacinas que estão na fase 3 não foram submetidas à otimização pré-clínica para uma população idosa, o que significa que a primeira geração de imunizantes contra o novo coronavírus podem simplesmente não serem eficientes para os que mais precisam.

“Para a pandemia do COVID-19,”concluem os dois cientistas, “é tarde demais para voltar e incorporar essas considerações em testes pré-clínicos. No entanto, é imperativo que os pesquisadores ainda na fase pré-clínica incorporem testes frente a frente de seus candidatos a vacina em animais jovens versus idosos e desenvolvam estratégias para otimizá-los neste último. Isso ajudará o mundo a se preparar para o próximo surto de um perigoso coronavírus. Nesse sentido, o foco nos idosos deve ser incorporado a outros programas de desenvolvimento de vacinas, incluindo aqueles para o tratamento de câncer, que têm maior incidência em idosos(…) Embora alguns pesquisadores realizem estudos de vacinas em animais velhos , muito mais vacinologistas precisam levar em conta a peculiaridade dos idosos – e isso é de crescente importância para países com populações em envelhecimento. O que significará mudar a filosofia atual do campo de desenvolvimento de vacinas e incorporar a idade como uma variável crítica.”

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Coronavírus é muito mais letal para idosos https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/04/coronavirus-e-muito-mais-letal-para-idosos/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/04/coronavirus-e-muito-mais-letal-para-idosos/#respond Wed, 04 Mar 2020 11:36:31 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/transportation-isolation-system-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=420 As estatísticas dos três primeiros meses de acompanhamento do coronavírus indicam que adolescentes e jovens na casa dos 20 anos apresentam índices menores da doença do que adultos e idosos. Apenas 8,1% entre 72.314 casos registrados na China estão na casa dos 20 anos; 1,2% são adolescentes e 0,9% tinham nove anos ou menos. Segundo a Organização Mundial de saúde, 78% dos casos relatados até 20 de fevereiro estavam entre os 30 e os 69 anos.

Os números são muito diferentes em relação à mortalidade. Em termos gerais, 2.3% dos casos confirmados terminaram com o óbito do paciente, mas entre os chineses com 80 anos ou mais, a taxa de mortalidade foi de 14,8% – numa provável consequência da condição geral de saúde, de outras doenças ou de um sistema imunológico mais fraco. A mesma taxa foi de 1,3% para pacientes na casa dos 50, 0,4% para a turma dos 40 anos e e 0,2% entre pessoas de 10 a 39 anos.

Esse risco de morte parece refletir a condição do sistema respiratório. No Hospital Central de Wuhan, onde eclodiu o problema, cerca de metade dos 109 pacientes tratados tiveram síndrome de desconforto respiratório agudo (SDRA), com acúmulo de fluido nos pulmões, que restringe a quantidade de ar absorvida e fornecida aos órgãos vitais. Metade com pacientes com SDRA morreu, enquanto entre os outros pacientes afetados pelo coronavirus a mortalidade ficou em 9%.

Os idosos “eram mais propensos a desenvolver SDRA”, escreveram os pesquisadores, indicando que a idade torna o coronavírus mais fatal. Os pacientes com SDRA tinham uma idade média de 61 anos, em comparação com uma idade média de 49 anos para aqueles que não desenvolveram SDRA.

A juventude, ao contrário, parece ser um fator protetor. A missão da OMS na China relatou uma incidência relativamente baixa em menores de 18 anos, que representaram apenas 2,4% de todos os casos relatados: em Wuhan, até meados de janeiro, não haviam encontrado o vírus em nenhuma criança – e os pesquisadores não sabem se não há mesmo criança alguma infectada ou se elas não apresentam sinais da doença, ainda que infectadas. Também entre os 10 e os 19 anos, são raros os casos: 1,2% do total, com apenas uma morte.

Em termos de gênero, a diferença é menor: há 106 homens com a doença para cada 100 mulheres, segundo os dados nacionais chineses. Em Wuhan, um estuo com 1.099 pacientes do Covid-19 até 29 de janeiro encontrou um desequilíbrio maior: 58% eram do sexo masculino.

Na Itália, onde 23,2% por cento da população tem mais de 65 anos (a segunda mais idosa do mundo, depois do Japão), o que complica ainda mais a situação, os 79 mortos tinham entre 63 e 95 anos. Chegou a circular a informação de que o papa Francisco teria contraído o vírus, mas era fake news.

Nos Estados Unidos, o registro de casos num lar de idosos em Seattle acendeu a luz vermelha. Os especialistas temem que a disseminação nesses locais possa ser tão rápida e geral quanto a registrada no navio de cruzeiro Diamond Princess, colocado em quarentena no Japão. Mais de dois milhões de norte-americanos idosos vivem em instituições de longa permanência.

Em São Paulo, a Prefeitura informa que a Coordenadoria de Vigilância em Saúde organiza nos próximos dias capacitação aos profissionais que atuam nos Centros de Acolhida aos Idosos da capital. Cerca de 4 mil profissionais de saúde e educação já foram capacitados sobre a situação epidemiológica.

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