Em Tempo https://emtempo.blogfolha.uol.com.br Velhices, longevidade, superação Wed, 26 Aug 2020 17:32:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em vários países, autoridades e instituições querem que idosos se mexam, mas em casa https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/07/em-varios-paises-autoridades-e-instituicoes-querem-que-idosos-se-mexam-mas-em-casa/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/07/em-varios-paises-autoridades-e-instituicoes-querem-que-idosos-se-mexam-mas-em-casa/#respond Thu, 07 May 2020 18:57:26 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/museveni-.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=522 Especialistas e autoridades sanitárias de diversos países procuram fórmulas capazes de induzir os idosos, obrigados a uma quarentena cujo fim não está no horizonte, a praticar exercícios, mesmo sem sair de casa. No Japão, voltou à moda a Rádio Taiso, transmissões radiofônicas musicais destinadas a sustentar programas de exercícios, que existem desde 1928, quando fizeram parte da comemoração da coroação do imperador Hiroito. O diretor da Associação Médica de Tóquio, Harou Ozabi, foi enfático: “As pessoas idosas precisam ser ativas mesmo quando ficam em casa, e há várias maneiras de fazer atividade física. Quando estão confinados em casa, correm o risco de perder força física e se tornar frágil”.

Em vários municípios japoneses a Rádio Taiso ganhou audiência nos últimos tempos. Ao som de um piano, os locutores incentivam os ouvintes a prática de exercícios, num modelo quase centenário.

Há poucos dias, o primeiro-ministro Shinzo Abe estendeu o estado de emergência nacional até o final de maio, na tentativa de conter novos casos de coronavírus e reduzir a tensão nos hospitais. Numa sociedade onde 28% dos habitantes tem 65 anos ou mais, é preciso fazer um esforço para que os idosos pratiquem exercícios físicos.

Os especialistas médicos estão aconselhando os idosos a fazer algum exercício, comer bem e manter-se conectado com outras pessoas, não necessariamente frente a frente, mas por telefone, correio ou através da mídia social, a fim de permanecer saudável.

Sem um fim imediato à vista da quarentena para os velhos, um painel de especialistas médicos recomendou que o governo tome medidas para ajudar as pessoas idosas, especialmente as que vivem sozinhas, a manter sua saúde sem sair de casa. A taxa de mortalidade na faixa dos 30, 40 e 50 anos é inferior a 1%. Sobe para 2,1% nos 60, 6% nos 70 e 12,9% na faixa dos 80, segundo dados do Ministério da Saúde do Japão.

Na Austrália, médicos e pesquisadores de fisioterapia de dez universidades, institutos e serviços de saúde, lançaram o site Safe Exercise at Home que compartilha exercícios funcionais simples e apresenta maneiras seguras de aumentar o nível de atividade dos idosos em casa. Michele Calysaya, pesquisadora sênior do Instituto Menzies de Pesquisa Médica da Universidade da Tasmânia, lembra que a atividade física é menor na quarentena e isso é um problema para os mais velhos.

O Village Yeronga, uma casa de repouso em Brisbane está promovendo aulas de ginástica “verticais”, em que os idosos podem participar de suas varandas, depois que as instalações foram bloqueadas devido à pandemia de coronavírus.
Um instrutor de fitness fica no parque com um megafone, no centro dos prédios da vila, demonstrando e assim comanda os exercícios que os residentes fazem em suas varandas.

Em Uganda, o próprio presidente da República resolveu dar o exemplo. Yoweri Museveni, de 75 anos, postou um vídeo de dois minutos e 25 segundos em que aparece de agasalho de ginástica e descalço num escritório espaçoso com um tapete vermelho, se exercitando. Museveni explicou que desencoraja expressamente que as pessoas se exercitem ou corram em grupo. Uganda tem 100 casos confirmados do novo coronavírus e nenhuma morte (dados de 7 de maio).

A Organização Mundial de Saúde tem recomendações muito simples para quem pretende manter a forma, sem comprometer a saúde dos outros. Evidentemente, não recomenda idas à padaria, participação em manifestações ou tossir em público. As sugestões são estas:

Não se exercite se tiver febre, tosse e dificuldade em respirar. É melhor ficar em casa e descansar.
Se puder andar um pouco ou andar de bicicleta, mantenha o distanciamento físico e lave as mãos.

Se for a um parque ou espaço público aberto para caminhar, correr ou se exercitar, também pratique o distanciamento físico e lave as mãos.

Quem não é regularmente ativo, deve começar devagar e com atividades de baixa intensidade, como caminhadas e exercícios de baixo impacto. .

Escolha a atividade certa para reduzir o risco de lesões e aproveitar o que está fazendo. Escolha a intensidade certa de acordo com seu estado de saúde e nível de condicionamento físico.

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Estudo inglês indica que é o coronavírus que mata os idosos e não as comorbidades https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/02/estudo-ingles-indica-que-e-o-coronavirus-que-mata-os-idosos-e-nao-as-comorbidades/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/05/02/estudo-ingles-indica-que-e-o-coronavirus-que-mata-os-idosos-e-nao-as-comorbidades/#respond Sat, 02 May 2020 12:27:03 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/05/img_7332-1.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=510 A análise de informações detalhadas sobre quase 17 mil pacientes internados em hospitais do Reino Unido, feito pelo Coronavirus Clinical Characterization Consortium, concluiu que o Covid-19 é tão perigoso quanto o ebola e que a maioria dos idosos mortos pela doença não teria morrido de outra forma, contrariando assim a versão de que são as comorbidades que levam a óbito os mais velhos. O estudo, liderado pelo professor Calum Semple e publicado no site medRxiv, sem revisão de seus pares, constatou que um terço das pessoas admitidas nos hospitais morreu.

Numa entrevista coletiva virtual, Semple apresentou seus argumentos: “É o mesmo para os internados no Ebola (…) As pessoas precisam ouvir isso e pensar nas coisas. O motivo pelo qual o governo deseja que as pessoas fiquem em casa até que o surto se acalme é porque esta é uma doença incrivelmente perigosa. Ainda vemos exemplos isolados de egoísmo, onde as pessoas pensam que não há problema em se encontrar no parque e compartilhar um pacote de quatro cervejas. Há um grupo específico de jovens que está adotando uma atitude de ‘estou bem, Jack, isso não me incomoda’. Eles não entendem que têm a mesma probabilidade de pegá-lo e transmiti-lo, e isso afetará o resto da sociedade.”

Além da alta taxa de mortalidade entre os idosos, a maioria dos quais não sobreviveu à internação hospitalar, o estudo também verificou o seguinte:

– Quase metade (49%) dos pacientes rastreados por 14 dias ou mais, recebeu alta; 33% morreram e 17% continuavam em tratamento.

– Grávidas não correm maior risco de morte

– Obesos, com Índice de Massa Corporal acima de 30 têm uma taxa mais elevada de mortalidade.

Para outro integrante do consórcio, Peter Openshaw, especialista em medicina experimental do Imperial College de Londres, o estudo apresenta números preocupantes:

“O vírus não está apenas se comportando como um vírus da tosse (…) é uma doença muito mais complexa do que pensávamos inicialmente. É notável ver uma nova doença se desenvolvendo diante de nossos olhos”.

Outro estudo, realizado por pesquisados do MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos – concluiu que o coronavírus infecta as células da mucosa – células que fabricam muco – antes de se multiplicar e se espalhar por todo o corpo e que ao se clonas nas células rígidas encontradas nos pulmões consegue se espalhar mais rapidamente pelo corpo.

É isso que torna os idosos um alvo preferencial: os tecidos de seus pulmões e os tratos respiratórios têm maior quantidade de fibras proteicas, o que favorece a multiplicação do vírus.

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Pandemia revela crise nas instituições para idosos em vários países https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/20/pandemia-revela-crise-nas-instituicoes-para-idosos-em-varios-paises/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/20/pandemia-revela-crise-nas-instituicoes-para-idosos-em-varios-paises/#respond Mon, 20 Apr 2020 14:20:59 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/idosos-lar-sampa-.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=496 O coronavírus deixará uma tarefa global urgente: repensar o sistema de instituições de longa permanência que cuidam de idosos em vários países. As informações, ainda imprecisas e fragmentadas, demonstram a enorme vulnerabilidade dessas instituições, que abrigam um percentual pequeno dos mais velhos (um por cento no Brasil, 5% nos EUA), existem desde a Grécia Antiga, são alvo de preconceito, mas colecionam histórias terríveis, que a pandemia veio multiplicar.

No Canadá, a diretora de saúde pública, Theresa Tam, afirmou que cerca de metade das mortes de coronavírus aconteceu em casas de repouso. Numa instituição de Montreal, Rèsidence Herron, a equipe médica abandonou os pacientes famintos e doentes e as autoridades se deram conta de que o proprietário tinha uma longa ficha criminal. Ali morreram 31 pessoas em menos de um mês, com cinco casos confirmados de coronavírus.

A polícia encontrou 17 corpos em sacos plásticos numa pequena sala do Andover Subagute and Rehabilitation Center II, no Estado de Nova York, um lar de idosos com 543 camas, que não tinha qualquer condição de enfrentar a Covid-19. Pelo menos 70 pessoas morreram na instituição, onde dezenas de residentes e funcionários testaram positivo.

Nos Estados Unidos, o jornal The New York Times estimou em sete mil o número de mortos pela Covid 19 em casas de repouso – um quinto do total. Outro levantamento da ABC News foi além e contabilizou 7.300 pessoas vivendo em tratamento vítimas da pandemia.

A ABC divulgou as estimativas de especialistas que acham provável que o número real seja ainda maior, já que os dados disponíveis abrangem apenas 19 estados onde os escritórios dos governadores e os departamentos estaduais de saúde acompanharam a pandemia. Outros 21estados ainda não informaram esses dados, nem responderam aos pedidos de informações da rede de TV.

Na Califórnia há mais de três mil casos positivos entre residentes e funcionários das 61 instituições. No estado do Illinous, há casos – pelo menos um – em 186 instituições em 22 municípios. Um quarto de todas as mortes relatadas por coronavírus aconteceram nessas ILPs.

O governo federal americano resolveu afinal exigir que as casa de repouso informem os residentes, suas famílias e representantes, quando alguém na instituição contrair a doença. A nova regra exige que os lares detalhem que medidas estão tomando para mitigar a propagação da doença e relatem os casos de COVID-19 diretamente aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, para que assim surja um banco de dados nacional – hoje, as instituições são obrigadas a informar apenas as autoridades locais e estaduais.

Na semana passada, a Agência de Saúde Pública da Suécia informou que 1.333 pessoas haviam morrido de coronavírus, levando Anders Tegnell, o comandante do combate à pandemia a reconhecer que é essa a área mais problemática, ecoando o que dissera pouco antes o primeiro-ministro Stefan Löfven. Especialistas apontam a situação nos lares de idosos como o grande fracasso da estratégia sueca, menos restritiva que a de países próximos.

No Reino Unido, o National Care Forum (NCF), que representa instituições de cuidadores sem fins lucrativos, estima em quatro mil as mortes durante a pandemia, que não foram incluídas nas estatísticas oficiais. Outros 3.300 ocorreram já nos hospitais, para onde os internos sintomáticos foram transferidos. Até o dia três de abril, a contabilidade oficial carimbava só 217 mortos como sendo de casas de repouso na Inglaterra e País de Gales. Os cuidadores querem que o governo construa um “anel de aço” em torno das ILSs, oferecendo equipamentos de proteção individual, dispositivos de monitoramento médico, testes rápidos, pesquisas e financiamento

A boa notícia inglesa é que está sendo preparada (é anterior à pandemia, registre-se) uma pesquisa ampla envolvendo mais de duas dúzias de pesquisadores da Universidade de Edimburgo e o grupo de serviços financeiros Legal & General, para examinar a qualidade de vida dos idosos. O Centro de Pesquisas em Cuidados Avançados foi criado em janeiro e começara o trabalho em setembro, sob o comando do diretor do centro, professor Bruce Guthrie. A L&G admite que a pandemia expôs as fraquezas do sistema de assistência social, que já vinha em crise há algum tempo. Guthrie quer que a ação seja rápida e urgente: “Como clínico e acadêmico, vejo a imensa pressão que o Sistema Nacional de Saúde (NHS) e os sistemas de assistência estão sujeitos ao Covid-19, mas não devemos perder de vista o objetivo de longo prazo de garantir que os cuidados posteriores sejam eficaz, seguro, humano e eficiente possível.”

Para Nigel Wilson, CEO da L&G, as pressões no sistema de assistência permanecerão após o desaparecimento da pandemia atual e será necessária uma abordagem de longo prazo, baseada em pesquisa e em todo o sistema.

No Brasil não há estatísticas confiáveis. Alguns casos são dramáticos. No município de Antonio Carlos, na Grande Florianópolis, há uma única instituição de longa permanência de idosos. Ali quatro moradores morreram com diagnóstico de coronavírus e outros seis estão com a doença. A casa de repouso contabiliza sozinha praticamente todos os casos de Covid-19 da cidade de pouco mais de 8,5 mil habitantes. O município, que não tem hospital e conta apenas com um Centro de Saúde, está em situação de calamidade pública.

Pelas contas da prefeitura, são 13 os casos de coronavírus, dos quais 11 no asilo. O estado de Santa Catarina diz que os mortos até dia 19 de abril eram 35. A curva de crescimento não é das piores, mas não há informações sobre o universo específico das instituições de longa permanência.

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Europa pode ampliar quarentena para idosos até surgir uma vacina https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/15/europa-pode-ampliar-quarentena-para-idosos-ate-surgir-uma-vacina/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/15/europa-pode-ampliar-quarentena-para-idosos-ate-surgir-uma-vacina/#respond Wed, 15 Apr 2020 13:12:09 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/ursula-ue-.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=490 Autoridades europeias já admitem a possibilidade dos idosos ficaram em isolamento até o surgimento de uma vacina – o que estenderia a regra do distanciamento social para os maiores de 65 anos até o final do ano, na melhor das hipóteses.

Nesta terça-feira, a ministra da Saúde de Portugal, Marta Temido, reforçou o raciocínio esboçado pela presidente da União Europeia, Ursula Van der Leyen ao jornal alemão Bild no final de semana e sinalizou que os portugueses mais velhos poderão ter de cumprir o isolamento social até o surgimento de uma vacina.

Ao Bild, Van der Leyen reconheceu: “Sei que é difícil, que o isolamento é um peso, mas essa é uma questão de vida ou morte. Devemos ser disciplinados e permanecer pacientes.

Marta Temido relativizou a situação, afirmando que o governo português vai acompanhar as recomendações e que o problema é global, mas, afinal, admitiu: “Ainda nos espera muito trabalho, muita resistência, e se essa for a recomendação mais adequada, pois claro que a acompanharemos.”

A ministra evitou falar em datas ou medidas concretas: “É num equilíbrio entre incerteza e esperança que temos de nos mover. Nada nos próximos tempos — se é que alguma vez — vai ser como antes, e temos de saber viver com isso e de nos adaptar”.

A fala da ministra coincide com a do primeiro-ministro António Costa à rádio Observador: “Devemos sempre procurar impor o menor número de restrições possível”, disse. Mas as pessoas mais velhas são mais frágeis e sofrem as consequências mais graves da doença: “O vírus não anda sozinho, somos nós que o transportamos”, e “quando dizemos às crianças para não visitarem os avós é para os proteger”.

No final de semana passado, como parte da operação ‘Páscoa em casa’, realizada pela Polícia de Segurança Pública e pela Guarda Nacional Republicana, mais de oito mil idosos que vivem sozinhos ou isolados foram contatados telefonicamente. Vinte e seis deles apresentavam sintomas de problemas psicológicos e foram encaminhados para linhas de apoio.

Outra preocupação das duas forças de segurança foi com a violência doméstica, que pode ter aumentado em razão da quarentena. Nos últimos dias, foram apresentadas 113 denúncias, uma queda de 47% em relação ao mesmo período de 2019 e dez pessoas foram detidas, sendo nove em flagrante. A diminuição das denúncias tem a ver com o isolamento e a dificuldade de ir a uma esquadra da PSP e por so foram criados canais de contato por e-mail e telefone. Mas a GNR registrou 19 queixas de violência doméstica durante a Páscoa, menos 15% do que no ano anterior na mesma época.

Por sua vez, a GNR, que partilha de preocupação idêntica da PSP, registou, durante o período da Páscoa 169 queixas por violência doméstica, menos 15% do no mesmo período de 2019.

Portugal está em estado de emergência desde o dia 19 de março e até 17 de abril devido à pandemia de covid-19.

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Nova Zelândia discute ‘ilhas de isolamento’ para vulneráveis ao coronavírus https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/03/nova-zelandia-discute-ilhas-de-isolamento-para-vulneraveis-ao-coronavirus/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/04/03/nova-zelandia-discute-ilhas-de-isolamento-para-vulneraveis-ao-coronavirus/#respond Fri, 03 Apr 2020 15:19:20 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/jacinda-.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=473 Radical na abordagem da pandemia, a Nova Zelândia espera vir a ser uma das poucas nações do mundo a passar por essa fase sem maiores traumas.Mas eEmbora tenha apenas cinco milhões de habitantes, 868 infectados e uma morte causada pelo novo coronavírus, o país já discute um plano B para seus idosos e vulneráveis, caso as medidas adotadas pelo governo não sejam suficientes. Eles já adotaram o controle de fronteira, fizeram quase 30 mil testes e implantaram um bloqueio nacional de quatro semanas que já está no nono dia.

Trabalhando em casa, a primeira-ministra social-democrata Jacinda Ardern, 39 anos usa sua página no Facebook, para despachar “lives” encorajadoras e intimistas: tem pedido aos neozelandeses que fiquem em casa para salvar vidas e costuma descrever seu dia e as dificuldades do home office, além de revelar as dificuldades de treinar a filha de menos de dois anos a usar o vaso sanitário, por exemplo.

Entre os especialistas, o que se discute agora é a possibilidade do país criar “refúgios seguros” isolados para proteger idosos e vulneráveis. No editorial do The New Zealand Medical Journal desta sexta-feira, 3 de abril, um grupo de pesquisadores da Universidade de Otago aponta na direção de um programa de “porto seguro”, a ser implantado de região para região, se o problema persistir. Seriam ilhas isoladas dentro de comunidades, para onde as pessoas vulneráveis seriam realocadas, até a chegada da vacina.

Algo semelhante foi utilizado durante a epidemia de Sars no Canadá – locais onde funcionários de hospitais conviviam com pessoas vulneráveis, para não transmitir a infecção de volta às suas famílias.

Nick Wilson, professor de saúde pública e membro do grupo lembra o caráter desse tipo de ação: “Essa abordagem também teria que ser totalmente voluntária, porque as pessoas teriam que permanecer nessas ilhas por algumas semanas ou meses até que a eliminação fosse alcançada ou que a pandemia terminasse. Essas são idéias que valem a pena explorar, porque é uma doença muito diferente para diferentes faixas etárias”.

Wilson e seus colegas fizeram as contas e concluíram que o risco de morte para pessoas infectadas com mais de 80 anos é cerca de 250 vezes maior do que para pessoas na casa dos 20 anos – e 23 vezes maior entre pessoas com mais de 60 anos.

Eles também apontaram o impacto de bloqueios contínuos nos trabalhadores mais jovens e na economia em geral, observando como as taxas de desemprego nos EUA poderiam saltar de 3,5% para entre 10,5 e 40% como resultado do choque.

“Outro trabalho que fizemos mostrou que você pode economizar cerca da metade do número de mortes no Covid-19 se você se concentrar em proteger os idosos, junto com pessoas que têm condições crônicas”.

Michael Baker, epidemiologista da Universidade de Otago, disse que especialistas lançaram a estratégia em fevereiro, quando temiam que fosse impossível para a Nova Zelândia eliminar o Covid-19.

Os cientistas não criticam a decisão do governo da Nova Zelândia de adotar a quarentena. Apontam qual seria o caminho de saída, que incluiria esses locais de isolamento dos vulneráveis. “Sob essas circunstâncias, o ‘bloqueio’ pode ser gradualmente relaxado, potencialmente em uma base regional”.

A presença da primeira-ministra nas redes sociais é elogiada, inclusive, pelo seu antecessor, John Key, que é também líder do partido de oposição: “Penso que ela comunica muito bem e de forma muito clara”, afirmou num programa de rádio.

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Reino Unido tenta enfrentar solidão do distanciamento social com tecnologia e voluntariado https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/18/reino-unido-tenta-enfrentar-solidao-do-distanciamento-social-com-tecnologia-e-voluntariado/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/03/18/reino-unido-tenta-enfrentar-solidao-do-distanciamento-social-com-tecnologia-e-voluntariado/#respond Wed, 18 Mar 2020 18:48:23 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/velhocelular-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=441 No Reino Unido, onde o governo já anunciou que maiores de 70 anos serão estimulados a se isolar em casa por até quatro meses, a preocupação de entidades assistenciais e de órgãos oficiais é garantir que esse longo período de distanciamento social não agrave outra ameaça real aos mais velhos: a solidão.

Entre as iniciativas curiosas, está o coral online criado por James Sills, o Sofá Singers, que fez seu primeiro ensaio com 500 vagas gratuitas. Durante 45 minutos, por videoconferência, as pessoas cantaram clássicos do cancioneiro pop como Stand By Me e Just The Way You Are. Recomendação do maestro que conseguiu driblar o distanciamento social, ao menos em parte: “Cante como se ninguém estivesse ouvindo … porque eles não vão ouvir!” Ao término da videoconferência, os participantes podem compartilhar o resultado com outras pessoas. Na página do Instagram do maestro é possível ver o resultado – mais para karaokê que para coral. De todo modo, a próxima sessão será dia 20, às 19h30, hora de Londres, pelo link https://zoom.us/j/297907485

A repórter Sophie Gallagher, do jornal The Independent listou dicas colhidas junto a integrantes de organizações de caridade e da campanha de combate à solidão (Campaign to End Loneliness). Vão de suporte para fazer compras ao incentivo à atividade física dentro de casa e ao uso das redes sociais, passando pelo contato permanente por telefone, online ou pelo correio.

Aos mais novos e que correm menos riscos, a recomendação é atuar como voluntários em organizações como a National Care Force (Força Nacional de Assistência) que deixou de buscar apenas profissionais de saúde para convocar quaisquer interessados em ajudar os outros.

O texto da colega do Independent termina com uma dica colhida na Campanha para Acabar com a Solidão que pode ser tropicalizada sem problemas: “Ao usar as mídias sociais, lembre-se de que este pode ser um momento assustador e isolado para muitos. Seja gentil. Ofereça ajuda e conselhos sempre que puder. Tente não espalhar rumores infundados que possam causar transtorno ou pânico. A tecnologia não pode substituir o sentimento de comunicação pessoal, mas existem maneiras de permanecer conectado isoladamente que podem ajudar. Para muitos de nós, este será um momento difícil. As medidas de isolamento devem proteger o maior número de pessoas dos piores efeitos do coronavírus, e isso será temporário. Se fizermos um esforço para permanecer conectado, podemos fazer uma grande diferença para as pessoas que estão se sentindo sozinhas no momento.”

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Moradias assistidas para idosos explodem nos EUA, mas falta regulação https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/22/moradias-assistidas-para-idosos-explodem-nos-eua-mas-falta-regulacao/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/02/22/moradias-assistidas-para-idosos-explodem-nos-eua-mas-falta-regulacao/#respond Sat, 22 Feb 2020 13:03:17 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/assisted-life-florida--320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=409 Essa modalidade de moradia surgiu na Flórida, nos anos 70 do século passado, para o topo da pirâmide: casas ou apartamentos especialmente projetados para atender às demandas dos idosos. Foi um sucesso tamanho que nos últimos 20 anos, esses condomínios quase triplicaram e são hoje cerca de 30 mil projetos.

Os moradores geralmente têm seu próprio apartamento privado. Embora não haja o mesmo monitoramento médico disponível nos lares de idosos (as instituições de longa permanência), enfermeiros estão disponíveis por telefone ou e-mail 24 horas por dia. Há uma equipe treinada para fornecer outros serviços necessários e realizar as tarefas domésticas. Os lençóis são trocados, a roupa é lavada e a comida é preparada e servida como parte do aluguel básico e dos serviços incluídos.

Os serviços de vida assistida também podem incluir o acompanhamento da medicação, ajuda na hora do banho e das refeições, academia e salão de beleza. O serviço de supermercado também costuma estar disponível. Em condomínios menos caros, o espaço individual parece um quarto de hotel e existem áreas sociais comuns, como cozinha e sala de jantar central. O custo médio é de quatro mil dólares por mês por idoso.

É um negócio lucrativo: os investidores obtiveram retornos anuais de quase 15% nos últimos cinco anos – mais que hotéis, escritórios, varejo e apartamentos, informa a professora Geeta Anand, repórter aposentada em seu blog no The New York Times, citando dados do National Investment Center for Seniors Housing and Care.

A própria Geeta chegou a considerar a hipótese de colocar a mãe numa dessas casas. O pai dela morreu em 2017, depois de viver com Geeta por nove anos; a mãe, aos 83, vive em Nova York com a irmã dela. “Achamos que a vida assistida ofereceria melhor assistência a nossa mãe e aliviaria a pressão sobre minha irmã, que trabalha em período integral enquanto cria uma filha pequena. Infelizmente, descobri que não”. Geeta destaca a ironia: a vida assistida é excelente se você não precisar de muita assistência. A vida social, as instalações semelhantes a spa, as inúmeras atividades e os menus atrativos tornam a vida assistida a escolha certa para quem tem recursos financeiros e é saudável e ativo. Mas se o idoso tiver problemas para caminhar ou usar o banheiro, ou algum tipo de demência, esse tipo de instalação não dá as respostas com quem todos sonham.

A falta de regulamentação é parte do problema. O governo federal fiscaliza os lares de idosos e os classifica quanto à qualidade, mas não licencia ou supervisiona instalações de vida assistida – são os estados que estabelecem as regras mínimas. Lares de idosos devem ter diretores médicos, mas esse requisito não é obrigatório na vida assistida e as queixas contra essas instalações tem aumentado nos tribunais americanos.

Os governos tem diversos programas de financiamento para residências desse tipo, mas ainda há uma lacuna de oferta muito grande e será um desafio enorme atender ao crescimento da demanda, com a chegada maciça dos baby boomers à velhice – o mais jovem dos quase 70 milhões de baby boomers americanos tem 55 ano, enquanto o mais velho está com 74 anos.

Pesquisadores da Universidade do Sul da Flórida estabeleceram 39 palavras-chave e esquadrinharam os sites de serviços de saúde de todos os estados americanos em busca da informação fornecida ao público sobre a vida assistida. Comparando os resultados atuais com os obtidos em situação semelhante em outro estudo de 2005, constataram que aumento expressivo na oferta de conteúdo relevante: os relatórios de inspeção de qualidade exigidos pelo governo, que só apareciam em 15% das páginas, hoje estão em 70% delas. Mas ainda há muito a fazer: apenas em dois estados encontraram a informação sobre o preço cobrado nessas moradias assistidas.

Outro problema apontado pelos pesquisadores foi que os sites não são lá muito amigáveis. Os itens básicos podem ser encontrados facilmente, mas os detalhes sobre as residências individuais demandam uma pesquisa extensa. Em certos casos, não fica claro nem mesmo qual agência estatal supervisiona a vida assistida.

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Universidades e arquitetos australianos desenvolvem projeto que une escolas e casas de repouso https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/22/universidades-e-arquitetos-australianos-desenvolvem-projeto-que-une-escolas-e-casas-de-repouso/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/22/universidades-e-arquitetos-australianos-desenvolvem-projeto-que-une-escolas-e-casas-de-repouso/#respond Wed, 22 Jan 2020 21:40:05 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/arquitetos-australianos--320x215.jpeg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=377 Três universidades e um escritório de arquitetura da Austrália trabalham há cinco anos, na tentativa de juntar escolas primárias e secundárias e moradias de coletivas de idosos. O projeto tem o apoio do Conselho Nacional de Pesquisas Médicas e de Saúde e um orçamento de US$ 1,1 milhão. O escritório, Fulton Trotter Architects, coleciona prêmios em mais de 70 anos de existência e tem larga experiência no campo da arquitetura escolar e de residências de idosos.

Mark Trotter, diretor da empresa, aposta que a junção entre escola e instituição de longa permanência vai reduzir a solidão entre os idosos que moram nessas casas de repouso e fortalecer as conexões entre as gerações: “Espero conseguir um modelo de educação e um modelo de atendimento aos idosos que integre e enriqueça a vida dos australianos em termos de saúde e educação em todas as frentes”.

Além de compartilhar as instalações, o projeto poderá garantir oportunidades de carreiras para os jovens. “Temos escolas que tem muito espaço e uma comunidade de idosos, que tem pouco espaço, mas muitos ativos.”

Trotter destaca que as escolas têm várias instalações não utilizadas fora do horário escolar e que muitas pessoas mais velhas poderiam aproveitar “Uma escola é rica em salas de música, salas de tecnologia, bibliotecas e piscinas. Ambientes incríveis que fecham entre as três e as cindo da tarde e só reabrem às nove da manhã, quando os alunos chegam novamente”.

O projeto também aposta na educação para aposentados e idosos. “Uma das grandes maneiras de envolver os idosos e reduzir a solidão e a sensação de isolamento é através da continuação da aprendizagem ao longo da vida”, disse Trotter.

A primeira etapa do projeto, que tem a participação de três universidades – Queensland University of Technology, Australian Catholic University e a Deakin University – é selecionar pesquisadores qualificados na área de economia, design, medicina e psicologia para participar do projeto.

Como a maioria dos países desenvolvidos, a população da Austrália está envelhecendo rapidamente. Entre 1996 e 2016, a proporção da população com 65 anos ou mais aumentou de 12,0% para 15,3%. No mesmo período, a proporção de crianças (de 0 a 14 anos) diminuiu de 21,4% para 18,8% da população total.

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Consumo de chá pode prevenir depressão, aponta pesquisa com chineses idosos https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/12/consumo-de-cha-pode-prevenir-depressao-aponta-pesquisa-com-chineses-idosos/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2020/01/12/consumo-de-cha-pode-prevenir-depressao-aponta-pesquisa-com-chineses-idosos/#respond Sun, 12 Jan 2020 12:50:44 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/cha--320x215.jpeg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=364 O consumo diário consistente de chá previne os sintomas da depressão constatou um recente estudo que envolveu dados de mais de 13 mil chineses idosos. Na divisão por idade e sexo, os pesquisadores constataram que a associação entre beber chá e sintomas menos depressivos só era significativa entre homens na faixa de 65 a 79 anos.

O trabalho está publicado no BMC Geriatrics, uma revista de acesso aberto que publica artigos científicos. Feng Qiushi, professor associado da Sociologia da Universidade Nacional de Cingapura que liderou a equipe, é cauteloso diante desses resultados e sugere que novos estudos sejam realizados.

Ao analisar os dados de 13 mil chineses envolvidos na Pesquisa Longitudinal Saudável e Longevidade Chinesa (CLHLS), que abrange o período de 2005 a 2014, a equipe liderada por Qiushi levou em consideração idade, sexo, residência, escolaridade, estado civil e tipo de aposentadoria dos idosos. Os pesquisadores consideraram ainda o estilo de vida e as condições de saúde antes de calcular seus resultados, identificando se os idosos fumavam ou consumiam álcool, eram ativos e qual a condição cognitiva dos participantes. Calcularam até mesmo o engajamento social deles.

O consumo de chá não foi a única variável relacionada à menor presença de sintomas depressivos: vida urbana, nível de escolaridade, estado civil, adequação econômica, melhor saúde e envolvimento em atividades sociais também se relacionavam a sintomas menos depressivos.

O consumo de chá é maior entre os homens que vivem nas cidades e tem maior escolaridade. Os bebedores de chá tendem a fumar e beber, mas tem um melhor funcionamento físico e cognitivo e são mais envolvidos socialmente.

Conclusão: “Beber chá consistente e frequente pode efetivamente reduzir o risco de sintomas depressivos para idosos chineses. A promoção do estilo de vida tradicional de beber chá pode ser uma maneira econômica para o envelhecimento saudável da China.” A pesquisa sobre os dados chineses vai agora distinguir os diversos tipos de chá, na tentativa de identificar o que funciona mais contra a depressão.

Resultados similares já tinham sido identificados em outra pesquisa de menor escala, realizada em 2017. Feng Lei, professor assistente no departamento de medicina psicológica da Universidade Nacional de Cingapura e sua equipe publicaram um artigo no Journal of Prevention of Alzheimer’s Disease.

O estudo longitudinal envolveu 957 idosos chineses com 55 anos ou mais descobriu que o consumo regular de chá reduz o risco de declínio cognitivo em idosos em 50%, enquanto portadores do gene APOE e4 (geneticamente propensos a desenvolver a doença de Alzheimer) podem experimentar uma redução do risco de comprometimento cognitivo em até 86%.

Os benefícios a longo prazo do consumo de chá se devem aos compostos bioativos nas folhas de chá que tem potencial anti-inflamatório e antioxidante e outras propriedades bioativas que podem proteger o cérebro de danos vasculares e neurodegeneração.

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Duas novas pesquisas contestam epidemia de solidão entre idosos https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2019/12/26/duas-novas-pesquisas-contestam-epidemia-de-solidao-entre-idosos/ https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/2019/12/26/duas-novas-pesquisas-contestam-epidemia-de-solidao-entre-idosos/#respond Thu, 26 Dec 2019 19:11:18 +0000 https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/woman-3188744_1280-320x215.jpg https://emtempo.blogfolha.uol.com.br/?p=353 Idosos, hoje, têm menos probabilidade de enfrentar uma vida de solidão do que teriam 20 anos atrás, mostraram pesquisas recentes realizadas na Europa e nos Estados Unidos. ambos os estudos envolvem um grande número de pessoas e foram realizados num prazo dilatado e os resultados não são muito diferentes.

A partir dos dados de um estudo de longo prazo realizado entre 4.880 holandeses com 55 anos ou mais, entre 1992 e 2016, Bianca Suanet e Theo van Tilburg chegaram a conclusões que contrariam o lugar comum sobre o assunto. O trabalho apoiado pela Universidade de Tiburg e publicado no jornal Psicology and Aging, reconhece que a solidão aumenta com a idade, mas constata que nos grupos que nasceram mais recentemente, ela é menos impactante.

O estudo Psicologia e envelhecimento indica que os idosos têm mais parceiros, têm mais contatos diários e desfrutam de uma rede maior e mais variada de amigos. A individualização não seria, necessariamente, um fator para a solidão. ‘Essa é uma descoberta importante, porque significa que podemos encontrar outras maneiras de combater a solidão. Uma saída ocasional e noites de bingo provavelmente têm menos efeito do que um curso para ensinar idosos solitários a fazer novos contatos e ampliar as amizades existentes.”

Conclusão da dupla: não existe a epidemia de solidão que a mídia costuma destacar. Os idosos estão se tornando menos solitários, mas o problema aumenta eem termos coletivos, já que maiores de 75 anos tem maior probabilidade de ficarem solitários porque parceiros e parentes morrem.

Bianca Suanet recomenda que os idosos cultivem conscientemente seus laços sociais, fazendo amigos que possam ajudá-los a superar a crescente solidão à medida que envelhecem. Sugere ainda que as intervenções para reduzir a solidão se concentrem em reforçar os sentimentos de controle dos idosos, em vez de apenas oferecer atividades sociais.

“As pessoas devem gerenciar suas vidas sociais hoje melhor do que nunca, já que as comunidades tradicionais, que ofereciam meios sociais, como bairros, igrejas e famílias extensas, perderam força nas últimas décadas”, diz a pesquisadora holandesa. “Hoje, os idosos precisam desenvolver habilidades de resolução de problemas e definição de objetivos para manter relacionamentos satisfatórios e reduzir a solidão”.

Na mesma linha segue o estudo realizado pela doutora Louise C.Hawkley, do National Opinion Research Center, uma das maiores organizações independentes de pesquisa social dos Estados Unidos, ligada à Universidade de Chicago e também publicado no jornal Psicology and Aging. Ela e alguns colegas vasculharam os dados de duas pesquisas com idosos, a do National Social Life, Health and Aging Project e a do Health and Retirement Study, para comparar três grupos de adultos norte-americanos nascidos em períodos diferentes ao longo do século XX.

Os dados de 3.005 adultos nascidos entre 1920 e 1947 foram analisados entre 2005 e 2006. Nova rodada de interpretação, agora de 3.377 pessoas – incluindo aas que estavam vivas e tinham participado do primeiro estudo – foram checados entre 2010 e 2011. A terceira pesquisa, de 2015 a 2016, envolveu 4.777 adultos, que incluíram uma amostra adicional de adultos nascidos entre 1948 e 1965 aos respondentes sobreviventes das duas pesquisas anteriores.

O objetivo era examinar o estado civil, número de membros da família, nível educacional, saúde geral e grau de solidão dos participantes, criando uma escala de ruim a excelente. Eles descobriram que a solidão diminuiu entre as idades de 50 e 74, mas aumentou após os 75 anos, mas não houve diferença na solidão entre os baby boomers e os adultos com idades semelhantes das gerações anteriores.

“Os níveis de solidão podem ter diminuído para adultos entre 50 e 74 anos, porque eles tiveram melhores oportunidades educacionais, assistência médica e relações sociais do que as gerações anteriores”, disse Hawkley.

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